quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Nasce o Pólo Nacional, dos desiludidos

Por Paola Spadari, Roma,  Pouco importa se o chamarmos de "Pólo da Nação" ou "Pólo para a Itália". O que conta é que os 100 parlamentares dos partidos do chamado Terceiro Pólo (aliança dos três líderes de centro, Fini, Rutelli e Casini), entre deputados e senadores, a partir de hoje falem em uníssono.

O denominador comum: trabalhar "pelo bem do país", para "reunificar a Itália e pacificar o país". Eram 19h ontem (15) quando Pier Ferdinando Casini fez o anúncio depois de se reunir em Roma com Gianfranco Fini e Francesco Rutelli, com MPA e os democrata-liberais, Giorgio La Malfa e Paolo Guzzanti.

Este movimento não ocorreu só para cerrar as fileiras contra a pressão do Cavaliere (como o premier italiano Silvio Berlusconi é chamado), que pretende atrair individualmente os parlamentares desiludidos após o voto de confiança do dia 14 ("irrelevante" para Casini), mas também para batizar uma força de "oposição responsável e séria, pronta para discutir sobre eventuais medidas que atendam aos interesses gerais dos italianos, a partir das econômico-sociais e das grandes reformas a serviço do país".

"É preciso trabalhar para a Itália, sem polêmicas, após o momento dos confrontos e da votação de confiança na terça-feira (14). Agora temos um governo e também uma oposição responsável de mais de 100 parlamentares que decidem se unir pelo bem do país. Não é nossa intenção iniciar guerras, mas sim unir as forças responsáveis", disse Casini.

O chamado terceiro pólo "está muito vivo!", disse Rutelli respondendo a Berlusconi, que dava esta experiência (do terceiro pólo) por encerrada antes mesmo de nascer.

"Hoje - afirma - nasce um novo pólo e ele parece robusto. Berlusconi é que tem mais problemas do que antes". O voto do dia 14 portanto não paralisou este projeto (do terceiro pólo) que, ao contrário, olha para frente e estabelece um plano de ação: em janeiro os 100 parlamentares da nova coordenação se reunirão em assembleia para identificar as estratégias organizacionais de sua ação (se pensa em uma federação), para apresentar ao Parlamento e ao país as prioridades programáticas para abrir as discussões com o governo e com as demais forças de oposição responsável.

Para mostrar que se trata de um projeto bem estruturado e de perspectiva, a nova 'formação' teria até pensado em como apresentar as listas no caso de votação antecipada, inclusive para as eleições administrativas. A linha era uma lista única para o Senado e duas para a Câmara: uma constituída pelo setor católico (UDC E API) e a outra 'laica' integrada por FLI, MPA e os outros partidos.

Sobre o nome, que foi discutido em uma reunião prévia em Montecitorio (sede da Câmara) entre Casini, Fini e Bocchino, ainda não há acordo.

Há os que prefeririam Pólo da Nação (cujas cotações parecem ter subido), ou "Pólo para a Itália" (como agradaria mais a Casini). No entanto, não se exclui que o líder da UDC aceite um nome diferente daquele indicado por ele, se for verdade - como indicam os primeiros rumores, que a liderança da federação futura ficaria em seu poder. O que conta é o momento presente e Rocco Buttiglione - ao dizer "enquanto isso, nos unimos, falamos depois" - importuna ninguém menos que Benjamin Franklin que, no Congresso Constituinte dos Estados Unidos disse: "Ou ficamos todos juntos ou nos enforcamos um por um".
 
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