terça-feira, 1 de março de 2011

Dia mundial da desaceleração

"Vá devagar e seja feliz". Este ano, no 5º Dia Mundial da Desaceleração(28), o tema foi "ambicioso e altruísta". Ambicioso por desejar a mudança e altruísta por acreditar que você pode mudar. Quase tudo surge de Jorrgen Larsson com a sua filosofia de "reduzir a marcha". Uma verdadeira revolução copernicana para remediar à loucura da super eficiência sem trégua, redescobrindo o prazer de viver lentamente: a vida, a alimentação e as relações de trabalho.

O prazer da calma como o novo mantra no lugar do "bata e corra" diário. Você pode correr, mas deve saber quando parar, replicando a receita de Forrest Gump. Novas sabedorias metropolitanas e sobretudo novas receitas para descobrir o prazer da calma.

O 28 de fevereiro, de Nova York a Londres, de Roma a Madri, é comemorado em todo o mundo como o Dia do ritmo lento. Um dia para refletir e para 'recompensar' quem não corre, quem quer parar para entender. Um dia para elogiar o ritmo lento, sem culpa, com o aval inclusive de Confúcio, para quem 'A reflexão é o primeiro passo para se tornar sábio'', e principalmente 'Não importa, se você vai em frente muito devagar, o que importa é que você não parou'.

Os Maias, acreditavam que em cada um de nós havia dois relógios: um do tempo e outro do coração. Portanto, hoje nada de neurose no trânsito, nem de estresse no trabalho ou ansiedade, mas principalmente muitos bons propósitos.

Há aqueles que já têm os antídotos contra a pressa e os ritmos compulsivos escolhendo o slow life ou o slow foot, o caminhar mais lento, o caminhar mais profundo para se aprofundar nos aspectos terapêuticos da caminhada, ou escolhendo as caminhadas conscientes, ou os caminhos meditativos ao longo das rotas dos peregrinos.

Elogios à lentidão em muitas cidades italianas com leituras, shows, performances e passeios na neve. Para os adeptos deste novo ritmo existe o site www.vivereconlentezza.it, um novo "manual" (pelo menos por 24 horas) que sugere andar a pé ou de bicicleta, se refugiar em um SPA recebendo massagens e tratamentos para o bem-estar, ou ainda uma fuga termal para afogar o estresse entre as águas regeneradoras.

Para aqueles que querem começar um caminho novo, também é possível se inscrever em cursos para aprender a trilhá-lo, para meditar, se perder e se reencontrar na companhia de grandes andarilhos, fotógrafos e atores, escritores, pintores e guias que se encontram na Casa do Movimento Lento, em uma antiga fazenda ao longo da Via Francigena piemontese.

Para as férias lentas basta fazer uma busca na web (obviamente lenta) por férias em contato com a natureza, trekking longe das multidões ou para resgatar sabores perdidos. Você também pode ser zen na cidade, mudando os ritmos do dia e muitos maus hábitos. Recomeçando 'a respirar' como ensinam os entusiastas do yoga. Férias zen em plena Roma, no bairro Trastevere, são possíveis no B&B (Bed and Breakfast)mantido por dois monges budistas, que oferece abrigo ao estresse em um jardim escondido no meio da cidade (www.bbitalia.it).

A poucos quilômetros do centro de Milão, perto de Romolo, surge Enso-Ji Il Cerchio, um mosteiro zen em plena cidade com um jardim interno que o protege do caos metropolitano, onde se pode mergulhar em uma sábia lentidão.

Há muitos outros espaços zen onde aprender os ritmos da disciplina lenta, como por exemplo o Mosteiro de Pomaia, o mais importante centro budista da Itália e um dos maiores da Europa, 40 km ao sul de Pisa, muito apreciado pelo Dalai Lama. Aqui, em contato com a natureza, é possível se aproximar da filosofia budista, mas também fazer cursos.

Para os menos transcendentes, o aprendizado é acessível nas caminhadas nos parques, na imersão total na natureza mesmo estando na cidade, lendo um bom livro à sombra das árvores, sentados e sem pressa.
 
www.ansa.it/www.italianos.it

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