Chegando com atraso em relação a outros países europeus no mercado dos livros infanto-juvenis, a Itália conseguiu ganhar experiência internacional e bater o recorde. Entre 2009 e 2010, as vendas superaram as compras de direitos no exterior, com um saldo excedente superior aos 324 títulos.
A diferença entre importações e exportações na última década se reduziu progressivamente, passando dos 486 títulos vendidos no mercado internacional em 2001 para os 1.607 vendidos em 2010.
Já a aquisição de direitos permaneceu relativamente estável: de 1.250 em 2001 para, entre altos e baixos, 1.283 de 2010.
É o reconfortante dado apresentado ontem (28) pela Associação Italiana dos Editores (AIE) no dia da abertura da Feira Internacional do Livro para Jovens de Bolonha.
Quem primeiro abriu o mercado das exportações foi Geronimo Stilton. "A internacionalização - explica Giovanni Peresson, autor do estudo - é um dos futuros do mercado editorial italiano para jovens, mas se poderá pensar em novas tecnologias e aplicações como iPad e iPhone, que são tipicamente um produto internacional".
Os dados da AIE se referem aos 20% dos editores que publicaram (2010) 71% das novidades e 75% da produção geral para jovens. Cabe destacar que a internacionalização leva autores e ilustradores a conceber o próprio livro também para o mercado externo.
Nas palavras de Tim Parks, "a partir do momento em que o autor percebe que seu público é internacional, a natureza de sua escrita se destina a mudar".
Quem mais exporta são as grandes editoras: 95,3% das vendas são feitas (2010) pelos maiores editores ou editores de pequeno porte a eles associados. No entanto, as marcas independentes são muito ativas: os títulos de quem os editores menores venderam no exterior os direitos de edição representam 27% dos títulos publicados no mercado italiano.
O mercado europeu continua como o principal para a venda dos nossos direitos com 65% das exportações e cerca de +18% dos títulos em 2010 em relação a 2007. Seguem-se os mercados asiático com 21% (14% em 2007), o das Américas Central e do Sul com 7% e finalmente o da América do Norte com 4% (0,0% em 2007).
O interesse pelos nossos livros também é visível nesta Feira, onde os contatos de nossos editores com as editoras estrangeiras aumentaram consideravelmente nos últimos 10 anos. "É um fenômeno transversal à nossa editoria", diz o autor da pesquisa, que também confirma que crianças e jovens entre seis e 17 anos lêem mais do que a média da população italiana: 58,4% contra 46,8%, apesar das novas tecnologias e jogos que entraram no mercado, do Game BoyAdvance em 2000 ao iPad em 2010.
"Os livros - acrescentou Peresson - fazem parte do seu mundo porque as editoras investiram pesadamente em qualidade, inovação e produto.
O lançamento de Harry Potter em 2006 trouxe mais de 290 mil novos leitores: se em 2005 eram 53,5%, em 2006 chegaram a 57,4% e em 2010 atingiram 58,4% com os livros de autores de best-seller como, além de Rowling, Stephenie Meyer, Alessandro d'Avenia e Geronimo Stilton. O fato é que, mesmo se o mercado de livros infanto-juvenil cresceu acima da média do mercado adulto (livrarias, supermercados e Internet), com +5,3% contra +3,3% de 2009 a 2010, ele ainda é fraco.
A leitura, apesar dos jovens lerem acima da média da população italiana (quase 20% entre 11-14 anos), é uma atividade ocasional. Quase metade das crianças e jovens que declaram ler livros não escolares no seu tempo livre (43-48%) não lê mais do que um a cada quatro meses. "O mercado interno dos livros juvenis deve crescer, o que permitirá aos editores pagar melhor autores e ilustradores", conclui Peresson.
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