terça-feira, 12 de abril de 2011

Cérebro de pilotos da F1 podem ser moldados

Por Gabriele Masiero - Pisa -  Embora deva existir certa predisposição, não se nasce campeões de Fórmula 1, mas um piloto 'se faz campeão'. O cérebro pode ser treinado, ou até alterado em sua conformação neuronal: este é o resultado de uma pesquisa científica que se baseou no esporte. Segundo ela, é o treinamento e a constante solicitação para um alto desempenho que torna o cérebro dos pilotos de Fórmula 1 diferente daquele das pessoas comuns.

O estudo do doutorando pisano Giorgio Bernardi, da unidade de Bioquímica Clínica do Departamento de Medicina de Laboratório e Diagnóstico Molecular da Universidade de Pisa, fornece à medicina informações úteis até para a cura de qualquer pessoa, porque demonstra a 'plasticidade' do cérebro, ou seja, sua capacidade de melhorar após o treinamento.

Usando a ressonância magnética funcional, Bernardi estudou os mecanismos cerebrais subjacentes à elaboração da informação visual-motora no cérebro dos pilotos de Fórmula 1 e dos sujeitos simples e demonstrou as diferenças.

''Estes resultados - destacou o chefe do Departamento, Pietro Pietrini - têm implicações importantes também para o desenvolvimento de estratégias de reabilitação em pacientes com AVC ou outros danos cerebrais. Sob o perfil médico, este estudo ganha relevância''.

A pesquisa, realizada em colaboração com o Departamento de Medicina Interna do Hospital da Universidade de Pisa e com Formula Medicine de Viareggio, submeteu à ressonância magnética - na Fundação Monasterio de Pisa, os pilotos de Fórmula 1, durante a qual eles tiveram que responder a tarefas específicas de integração visual-motora.

''Simulamos um grid de largada, disse Pietrini, e na presença da luz vermelha os pilotos tinham que apertar um botão repetidamente, assim "como no teste visual-espacial, em objetos em movimento, fazíamos outras solicitações. O que ficou evidente é como 'o treinamento dos pilotos produz resultados bem distintos daqueles das pessoas normais. Assim, pela primeira vez foi possível medir como os diferentes grupos de neurônios falam entre si. O treinamento dos pilotos e o seu costume à alta performance, tem um efeito plástico sobre o cérebro e de alguma maneira o modifica. Isso prova que o treino em si pode ser muito útil no caso de terapias de reabilitação resultantes de danos cerebrais''.

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