Da France Presse - A França e a Itália anunciaram nesta quarta-feira, após a Grã-Bretanha, que vão enviar conselheiros militares para ajudar a rebelião líbia, agora que os insurgentes da cidade de Misrata, onde vários produtos estão em falta, estão pedindo a presença de tropas.
Na tarde desta quarta-feira, o fotógrafo e documentarista Tim Hetherington, 41 anos, que trabalhava para a revista americana Vanity Fair, foi morto em Misrata (oeste) e outros três jornalistas ficaram feridos, um gravemente, vítimas de um tiro de morteiro, segundo um jornalista da AFP que estava no hospital da cidade.
O repórter gravemente ferido é o americano Chris Hondros, 41 anos, da agência fotográfica Getty.
Um tiro de morteiro também atingiu à tarde dois médicos ucranianos, matando o homem e ferindo gravemente sua colega, segundo fontes médicas em Misrata, ocupada há quase dois meses pelas forças fiéis a Muamar Kadhafi.
O presidente do CNT (Conselho Nacional de Transição), Moustapha Abdeljalil, recebido em Paris, defendeu uma "intensificação" dos ataques, sobretudo em Misrata, "onde a situação é muito grave", segundo ele.
Navi Pillay, alta comissária da ONU para Direitos Humanos, condenou a utilização de bombas de fragmentação nesta cidade, mencionando "crimes internacionais".
Alimentos, medicamentos e serviços começam a faltar em Misrata: filas se formam nos postos de gasolina e nas padarias, onde o pão é cada vez mais difícil de encontrar, segundo um jornalista da AFP.
Nouri Abdallah Abdullati, um dos chefes da rebelião na cidade, havia pedido na terça-feira à noite o envio de soldados franceses e britânicos com base em princípios "humanitários". "Trata-se de uma situação de vida ou morte", afirmou.
Mas o ministro francês das Relações Exteriores, Alain Juppé, declarou ser "totalmente contra" uma eventual intervenção.
Roma também anunciou nesta quarta-feira o envio de dez instrutores militares para Benghazi, seguindo o exemplo de Londres.
"É preciso treinar os rebeldes: são jovens desejosos de lutar pela causa, mas não têm a capacidade necessária e nós iremos, então, fornecer nosso 'know-how' e permitir a eles enfrentar um exército profissional", explicou o ministro italiano da Defesa, Ignazio La Russa.
O ministro líbio das Relações Exteriores, Abdelati Laabidi, havia lamentado na terça-feira o envio de conselheiros militares, afirmando que tal iniciativa apenas "prolongaria" o conflito.
O presidente americano, Barack Obama, por sua vez, apoiou a decisão dos aliados de enviar os conselheiros o "que vai ajudar a oposição", informou a Casa Branca, precisando que Washington não planeja posicionar tropas em solo líbio.
Em uma carta enviada ao Congresso, Obama disse querer fornecer 25 milhões de dólares em equipamentos "não letais" aos rebeldes, sob a forma, por exemplo, de medicamentos, coletes a prova de balas ou rádios.
imagem arquivo virtual Google
Nenhum comentário:
Postar um comentário