Beirute - O governo da Líbia ameaçou hoje, em uma mensagem televisiva, a Itália, a Grã Bretanha e a França por anunciarem o envio de treinadores militares para auxiliarem os rebeldes contra as forças leais ao ditador Muammar Kadafi.
Um apresentador da TV estatal Al Jamahiriya leu no ar uma nota do Ministério das Relações Exteriores do país africano que dizia que estes países "devem estar atentos ás consequências de uma decisão similar".
Pouco tempo após o anúncio, um xeque religioso muçulmano comparou a intervenção militar na Líbia às Cruzadas empreendidas na Idade Média pela Igreja Católica.
Trípoli já anunciou que o regime de Kadafi está armando civis pró-governo para resistir a um eventual ataque terrestre das forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
"Se a OTAN vier a Misrata ou em qualquer outra cidade líbia, provocaremos o inferno contra a OTAN. Seremos uma bola de fogo", disse o porta-voz do governo Mussa Ibrahim, assegurando que fuzis e armas estão sendo distribuídos "a toda a população". "Faremos coisas dez vezes piores do que o que aconteceu no Iraque", acrescentou.
O serviço de inteligência da Itália teme que, após a ameaça, Kadafi force uma nova e maior onda de êxodo migratório para se dirigir ao país europeu. Na última terça-feira, uma embarcação saída do porto de Zwara, no território líbio, chegou à ilha de Lampedusa com 760 imigrantes. As autoridades italianas suspeitam que o ditador do país africano esteja organizando tráfico de seres humanos como retaliação à intervenção internacional.
Ontem, a Itália e a França anunciaram que enviarão militares para treinar os rebeldes líbios, assim como a Grã Bretanha já havia prometido. As potências europeias, porém, ainda não entraram em consenso sobre o envio direto de armamento aos insurgentes e de tropas terrestres ao país.
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