Da EFE - Roma - A atriz americana Angelina Jolie chegou neste domingo a Lampedusa, onde visitou os milhares de refugiados do norte da África, em particular da Líbia, que se abrigaram na pequena ilha italiana.
Lampedusa tem cerca de 5.000 habitantes e recebeu mais de 20 mil imigrantes desde o início da onda de revoltas no norte da África.
A atriz, que também participou de uma cerimônia em memória dos imigrantes que naufragaram no Mediterrâneo, chegou a Lampedusa por volta das 14h (9h de Brasília) em um avião particular procedente de Malta, segundo informaram os veículos de comunicação italianos.
Na agenda da atriz, há também uma visita ao centro de primeiro amparo aos refugiados na ilha, assim como à antiga base de Loran, onde atualmente há 300 crianças e jovens que chegaram a Lampedusa desacompanhados.
"É uma honra estar aqui nesta belíssima ilha. É a primeira vez que venho e espero voltar. Vocês não imaginam o que representou este ano para todas as pessoas que buscam ajuda desesperadamente", disse Angelina durante a homenagem aos mortos na travessia pelo Mediterrâneo.
"É difícil pensar quantas pessoas arriscaram e perderam suas vidas e as de suas crianças olhando este belíssimo mar. Vejo aqui famílias e penso o quão terrível deve ter sido a vida destas pessoas para decidirem entrar nessas barcas, com o risco de morrer de fome ou se afogar", acrescentou.
A atriz afirmou ainda que "é preciso mais tolerância no mundo" e agradeceu os italianos e aos habitantes de Lampedusa por terem "mantido as fronteiras abertas".
A viagem de Angelina Jolie à ilha acontece por ocasião da celebração do Dia Mundial dos Refugiados, nesta segunda-feira, e na qualidade de embaixadora da Boa Vontade do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).
A atriz está acompanhada pelo alto comissário do Acnur, o ex-primeiro-ministro português António Guterres, que na manhã deste domingo se reuniu com as autoridades locais de Lampedusa.
"Queria expressar meu profundo agradecimento ao povo de Lampedusa que durante tantos anos acolheu tantos refugiados e imigrantes. Além disso, quero louvar o trabalho das autoridades por seu modo de aplicar a definição de 'barcas em dificuldade' quando avaliam suas intervenções no mar", declarou Guterres segundo a imprensa italiana.
O alto comissário do Acnur foi questionado a respeito do decreto aprovado pelo governo italiano na quinta-feira passada no qual se amplia de 6 para 18 meses o tempo de retenção dos imigrantes ilegais nos Centros de Identificação e Expulsão (CIE).
"Minha incumbência é a proteção dos refugiados, não a imigração em geral, sobre a qual cada um dos governos estabelece suas normas. Portanto, não corresponde a mim comentar esta medida", declarou Guterres.
"No entanto, nossa posição é de que a retenção deve ser uma exceção. Em geral, pensamos que a gestão da migração de um modo organizado representa o ambiente mais adequado para a proteção dos refugiados e para as solicitações de asilo", acrescentou.
imagem RAI
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