domingo, 26 de junho de 2011

Desaparecidos: livro sobre o terror na Esma

Roma - "Vite senza corpi" (Vidas sem corpos), um livro-testemunho sobre os desaparecidos italianos na Escola de Mecânica da Marinha (Esma) argentina durante a ditadura militar (1976-83), acaba de ser apresentado em Roma, onde foi qualificado como "tremendo" e "impressionante".

As 260 páginas reúnem testemunhos daqueles que acompanharam o processo dos tribunais romanos contra um grupo de repressores argentinos responsáveis pelo desaparecimento de cidadãos italianos, que condenou à prisão perpétua vários militares.

Roma também colocou no banco dos réus o ditador Emilio Eduardo Massera, o chefe máximo da Esma, mas o julgamento foi interrompido com a sua morte em Buenos Aires, antes da sentença.

O livro, publicado pela editoria Gorée e apresentado na sede da Imprensa Estrangeira da capital italiana, reúne declarações de testemunhas da acusação, jornalistas, funcionários do Ministério de Relações Exteriores de ambos os países e advogados.

A jornalista Vera Vigevani, por exemplo, relata o desaparecimento da filha de 17 anos, do físico Mario Villani - que sofreu em vários campos de sequestro e extermínio - e detalha métodos de tortura. Já Cecilia Rinaldini e Anna Maria De Luca, que trabalham na imprensa, se referem às informações radiofônicas do processo através da RAI (a emissora estatal de rádio e televisão italiana).

Além disso, os advogados demandantes querelantes Marcello Gentili, Giancarlo Maniga e Nicola Brigida escreveram, respectivamente, sobre o sequestro de recém-nascidos na Esma, o dia a dia do mal e a justiça das sentenças.
 
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