Brasília - Fontes do Instituto Cidadania, criado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, confirmaram à ANSA que o petista não estará na eleição do novo diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), que deve ocorrer no fim do mês, na Itália.
O principal motivo da ausência de Lula seria a repercussão do caso do ex-militante italiano Cesare Battisti. Em seu último dia de governo, o petista negou a extradição de Battisti, contrariando o governo da Itália.
Lula deveria ir para Roma para promover a candidatura do brasileiro José Graziano da Silva à direção da FAO e participar de um seminário sobre agricultura no dia 24.
As fontes do Instituto Cidadania contaram que, com o cancelamento da viagem, o ex-presidente poderá fazer uma videoconferência durante o seminário.
Battisti foi preso no Brasil em 2007 e recebeu o status de refugiado político pelo ex-ministro da Justiça Tarso Genro. Seu caso foi analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a extradição, mas decidiu que a palavra final caberia ao presidente.
Lula decidiu manter o italiano no país, acatando um parecer da Advocacia-Geral da União (AGU). Mas os advogados do governo italiano alegaram que a determinação desrespeitava os tratados bilaterais.
Com isso, o STF voltou a analisar o caso e, na semana passada, validou a decisão de Lula. O plenário do Supremo também determinou a libertação de Battisti, que estava em prisão preventiva.
O ex-militante foi condenado à prisão perpétua na Itália por quatro assassinatos cometidos na década de 1970, quando era do grupo de extrema-esquerda Proletários Armados pelo Comunismo (PAC).
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