sábado, 5 de novembro de 2011

Reconhecimento para os gondoleiros

Veneza - Lindo de se olhar, mas muito pesado de se fazer. O trabalho do gondoleiro em Veneza é desgastante: eles passam o ano de pé, expostos às intempéries, enfrentando as ondas em um barco de 500 quilos.

     Para o assessor dos transportes da cidade de Veneza, Ugo Bergamo, o pedido para reconhecer esta profissão como difícil - que consta de documento aprovado ontem (3) pelo Conselho Municipal e que virou manchete - tem fundamento. Tanto isso é verdade que Bergamo recebeu do citado Conselho o mandado para tentar obter esse reconhecimento do INPS e do Ministério do Trabalho para a especialidade do gondoleiro.

     "Defendo há 30 anos que nossa profissão é exaustiva, disse à ANSA um dos 'pope' idosos da praça de São Marcos, Antonio Silvestri. Chegamos a trabalhar 16h diárias sob o sol, a chuva, o vento ou a água alta, com pernas e braços curvados e expostos à umidade e a um esforço contínuos, que se agrava significativamente pelas ondas causadas pelos veículos motorizados".

     "É o corpo que funciona como alavanca e eixo entre a força da água, com a pressão violenta da marola provocada pelos veículos motorizados, e um barco de 11 metros de comprimento que pesa 500 quilos", acrescenta Silvestri.

"É a mais pura verdade que os gondoleiros, ao longo de toda a sua vida, são submetidos a um esforço físico considerável e constante, afirma Bergamo, e o seu serviço é realizado com o bom ou mau tempo, sempre em condições de grande exposição física". Daqui, diz o administrador público, nasce o documento aprovado ontem (3) pelo Conselho Municipal para tentar aprovar o citado reconhecimento de trabalho arduo à atividade dos gondoleiros. Outras categorias já o obtiveram".

"Todos nós, sem exceções, temos problemas nas articulações, quem nos joelhos, quem nos músculos ou pulsos, com tipos distintos de artrite e periartrite. Após tantos anos remando é lógico que apareçam, mas mesmo após trabalhar 35 anos se você não tiver a idade certa não consegue se aposentar e é obrigado a continuar", desabafa o gondoleiro da praça de San Marco.

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