Roma - Em meio ao acirrado cabo de guerra entre o governo de Mario Monti e os maiores sindicatos sobre os termos do ajuste que visa reduzir a pesada dívida pública da Itália, o presidente do respeitado instituto de pesquisas sociais Censis, Giuseppe de Rita, disse hoje que, por conta da crise, os cidadãos italianos já começaram a recuperar velhos hábitos e características. O retorno da "seriedade e da prudência do agricultor italiano" se segue "à opulência oca de algumas décadas atrás", disse De Rita, acrescentando que "o italiano está cansado de comprar coisas, posto que nossas casas já estão lotadas [de coisas]".
Giuseppe de RitaNa opinião do sociólogo italiano, os maiores efeitos da crise ao nível da sociedade se registrarão a partir da mudança radical da idade para se aposentar, prevista no pacote de medidas de austeridade do governo Monti, que agora exige um mínimo de 42 anos de contribuições e que pretende estender até os 67 anos a idade da aposentadoria em 2020.
"Objetivamente, o aumento da idade da aposentadoria cria um problema, posto que gera desconforto e nervosismo, e a adaptação vai ser muito difícil", comentou De Rita, para quem os italianos também têm "a sensação de que os sacrifícios não são iguais para todos".
"Eu ouço falar de equidade e não acredito, assim como os italianos também não acreditam", opinou o presidente do Censis, acrescentando que "os sonegadores vão continuar a sê-lo".
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