sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Quando a boa forma física se transforma em obsessão

Roma - Eles frequentam a academia todos os dias e se tornam maníacos no controle da aparência e da alimentação. Segundo o Instituto de Medicina Desportiva de Turim FMSI é assim que se comportam os atletas obcecados com o seu corpo que, segundo estimativas, representam de 20% a 30% dos usuários regulares das academias.


     Vigorexia (quando o exercício se torna uma obsessão e "esculpir os músculos" a principal ocupação), ortorexia (mania de melhorar a saúde com uma exasperada atenção dietética) e a síndrome de Highlander (quando aqueles com mais de 40 anos estão convencidos de que voltarão a ser jovens praticando esportes como se fossem garotos): são todas doenças que começam com uma paixão pela atividade física, que gradualmente se intensifica, até adquirir uma conotação maníaca (definida dismorfia muscular ou anorexia reversa), e, eventualmente, resultar em uma atenção exagerada aos alimentos.

     Dos estudos da Aidap (Associação Italiana dos Transtornos Alimentares e Peso), o dismorfismo atinge 10% dos homens que praticam musculação e começa a se manifestar por volta dos 19 anos. Os jovens que sofrem disso têm uma imagem  distorcida de si mesmos, porque não se enxergam como de fato são. Eles nunca se veem suficientemente musculosos, e continuam a treinar sem nunca estarem satisfeitos.

     Outra síndrome é a do Highlander, que remonta aos anos 80, quando o boom da corrida aumentou as mortes por ataque cardíaco ou AVC (acidente vascular cerebral) entre os praticantes na faixa dos 60-70 anos. Trata-se de uma atividade inadequada nesta idade, exceto se feita de forma moderada, e os idosos muitas vezes não percebem o perigo. De fato, a corrida produz endorfinas, que provocam dependência, como as drogas ou os esteróides anabolizantes. 


     O fenômeno da obsessão desportiva na Itália atual está crescendo, especialmente entre os homens. Daqui nasce uma fixação obsessiva pelo controle alimentar e o consumo de calorias, o que leva a comer cada vez menos e a encarar os treinos tendo ingerido somente uma fruta ou um iogurte ao longo do dia todo.

     Também a atenção pela alimentação adequada, o que em si é saudável, pode se tornar uma doença: um estudo publicado na revista Eating and Weight Disorders descobriu que, em uma amostra de 400 pessoas, 7% são obsessivas quando se trata de alimentação saudável. Em sua maioria, são homens com baixo nível de  instrução.

     Entre as atletas de mais risco em relação ao exercício exagerado, e portanto ao comportamento alimentar equivocado - uma vez que os dois fenômenos estão intimamente ligados, são as ginastas e as bailarinas. De acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade de Minnesota e publicada no American Journal of Health Promotion, trata-se de moças (amadoras) que treinam várias horas todos os dias só para se manter em forma, e usam substâncias anorexígenas, laxantes e diuréticas, até que provocam vômitos. 

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