Veneza - O 'paron de casa' (que em dialeto veneto significa o 'dono da casa') está como era e em seu lugar original: já se passou um século desde a reconstrução do campanário de San Marco quando, em 25 de abril de 1912, a badalada de seus sinos voltou a ser ouvida por toda a cidade após 10 anos de silêncio.
O 'paron de casa', como era chamado pelos venezianos, desabou com grande estrondo sobre si mesmo na manhã de 14 de julho de 1902, soterrando a Loggetta del Sansovino. Por 10 anos, Veneza permaneceu "órfã" de seu campanário milenário que marcava a vida na laguna e nos próximos 24 e 25 de abril a cidade comemora o centenário de seu renascimento com exposições, shows e outras iniciativas promovidas pela Câmara Municipal com a Fundação de Estudos Marcianum, o Ateneu Veneto, a Fundação Museus Cívicos e a Cassa di Risparmio (Caixa Econômica).
Na terça-feira (24) no salão da Caixa Econômica de Campo di San Luca será inaugurada a exposição "Il campanile di San Marco 1902-1912. Dalla caduta alla ricostruzione ("O campanário de San Marco 1902-1912. Da queda à reconstrução"), que reúne fotografias, documentos, jornais de época e uma série de cartões postais com a vista de uma praça de San Marco incomum, sem o seu campanário.
A exposição que ficará aberta até 25 de maio, documenta todas as fases da reconstrução, incluindo 60 gravuras de gelatina vindas da Fundação Museus Cívicos, preservadas no Museu Fortuny, e alguns itens da coleção pessoal do escritor veneziano Alberto Toso Frey.
O aniversário do renascimento da torre também vai evocar as polêmicas após o seu desmoronamento que dividiram a cidade entre aqueles que queriam que ela fosse refeita à imagem da original e no mesmo lugar, os que a desejavam em outro local, os que defendiam uma versão mais moderna, e até aqueles que não a queriam de volta, como Giosué Carducci. Controvérsias análogas àquelas deflagradas mais recentemente, após o incêndio do Teatro La Fenice (também reconstruído como era e no mesmo lugar), e a construção da Ponte de Calatrava no Canal Grande.
A inauguração da exposição será seguida pela apresentação do livro "O Leão de São Marco, símbolo de Veneza. Percursos didáticos", publicado por Marcianum Press e nascido de uma experiência que envolveu os jovens venezianos para despertá-los e sensibilizá-los a amar e respeitar a cidade.
Na noite de terça-feira (24) será encenado no Teatro Goldoni o espetáculo de Enrico Ricciardi "Com'era e Dov'era" ("Como era e onde estava") que, por meio das vozes de cinco atores, repercorre a história do campanário de San Marco até a sua queda, evocando os acontecimentos mais significativos do tempo.
O grand finale será na noite de 25 de abril, na praça de San Marco, com o desempenho do percussionista Eddy De Fanti "100 Rintocchi d'acqua", um show de sons, sonhos e imagens projetadas na fachada do Palazzo Ducale e de San Marco: "um show para ficar na história que evoca a alma luminosa de Veneza, onde a água é o principal elemento sonoro", comentou a assessora de Atividades Culturais, Tiziana Agostini.
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