Por Fabrizio Finzi - Roma - Giorgio Napolitano confirmou que deixará o Quirinale
na data prevista, em maio de 2013, negando de forma inequívoca os
muitos rumores que circulam na imprensa e que falam do surgimento de uma
assembleia constituinte, com uma prorrogação de 12 meses em sua função e
também na do premier Mario Monti no Palazzo Chigi. Um debate político - não sem venenos - que começou com Marcello Pera, após apresentar sua proposta de assembleia constituinte ao chefe de Estado recentemente.
Os
muitos rumores, mas até leituras malévolas sobre o desejo de permanecer
no Quirinale, convenceram o presidente da República a se manifestar ontem(4) com firmeza.
Napolitano observou que recebeu "com
atenção e interesse as motivações e propósito" da iniciativa do
ex-presidente do Senado, mas reafirmou a Pera "a sua firme determinação
de considerar encerrada - quando da conclusão de seu mandato, em maio de
2013 -. sua experiência no Quirinale".
Não haverá prorrogação e
nem o desejo de que ocorra, confirma a presidência, ciente da
"delicadeza constitucional" do assunto. Não por acaso, a proposta de
prorrogação dos mandatos de Napolitano e Monti chega a ser definida como
uma "apocalipse constitucional" por um dos mais conhecidos
constitucionalistas italianos, Michele Ainis.
Também
não é nenhum segredo que o presidente, há algum tempo, convida as
forças políticas a estabelecer um acordo pelo menos sobre as "reformas
possíveis", como mínimo a da lei eleitoral.
O debate político
procede em dois níveis: o alto, constitucional, para reformar as
instituições do país; e aquele mais prático e míope que vê na proposta
de Pera um adiamento das eleições. Vários jornais falam de uma "ideia
maluca" que cresce entre os partidos de "matar dois coelhos com uma
cajadada": reformar o país e afastar uma votação de risco com duas
prorrogações de mandatos: de Monti e Napolitano. Uma "tentação" que
também seria de Pier Ferdinando Casini, pelo menos segundo o 'Giornale' e 'Libero'.
Ontem (4) Marcello Pera explicou dessa forma sua ideia ao 'Corriere della
Sera': uma assembleia constituinte ajudaria a Itália a sair do impasse
em que se encontra, e também a redescobrir a identidade nacional.
"Convencido da necessidade dessa intervenção, apresentei de forma
autônoma um projeto de lei de revisão constitucional para alcançar um
determinado resultado amanhã", escreveu Pera ao jornal milanês. Uma
proposta que o Partido Democrata (PD) rejeitou educadamente: a ideia de
Marcello Pera é "séria e tem linhas precisas", mas os interlocutores do
Povo da Liberdade (PDL, o partido de Silvio Berlusconi) são "pouco confiáveis", observa secamente a líder do PD no Senado, Anna Finocchiaro.
Com informações de www.italianos.it
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