Pesquisadores submeterão restos mortais a testes de confirmação.
Esqueleto achado em convento na quarta (17) pode ser de Lisa Gherardini.
Uma equipe de arqueólogos italianos desenterrou nesta terça-feira (24) em um convento abandonado de Florença, na Itália, um esqueleto muito bem conservado que pode ser de La Gioconda, a mulher do sorriso misterioso que Leonardo Da Vinci imortalizou no célebre quadro da "Mona Lisa".
Até agora foram descobertos vários corpos na busca pelos restos mortais de Lisa Gherardini, a nobre florentina que pode ter sido o modelo do retrato que Da Vinci pintou entre 1503 e 1506. Segundo Silvano Vinceti, diretor da equipe de arqueólogos, este esqueleto em particular é muito promissor, mas ainda será preciso fazer testes pra comprovar sua identidade.
"Creio que chegamos à parte realmente emocionante para os investigadores, a conclusão de nosso trabalho no qual nos aproximamos da pergunta-chave: encontraremos ou não os restos de Lisa Gherardini?", afirmou Vinceti, especialista na solução de mistérios da História da Arte.
Esqueleto encontrado no último dia 17 de julho em convento de Florença, na Itália, que pode ser da suposta modelo que posou para Leonardo da Vinci durante a produção da Mona Lisa. (Foto: Andreas Solaro/AFP)
Acredita-se que Del Giocondo encomendou o retrato a Da Vinci e, apesar de não existirem provas tangíveis, a maioria dos historiadores está de acordo que Lisa Gherardini serviu de modelo para o retrato que hoje pode ser admirado no Louvre de Paris.
'Monalisa', um dos quadros mais famosos de Leonardo da Vinci
(Foto: Reprodução/Wikicommons)
Os pesquisadores submeterão agora os restos do esqueleto conservado a uma série de testes para confirmar se pertencem a Gherardini, na esperança de reconstruir seu rosto e compará-lo com os traços faciais da pintura de Da Vinci.
"Os testes com carbono-14 nos permitem datar o período para saber se os restos são de meados do século XVI. Depois faremos testes para conhecer a idade da pessoa quando morreu. Sabemos que Gherardini tinha 62 ou 63 anos quando morreu", afirmou Vinceti.
"Depois vem o teste mais importante, o do DNA, porque temos os restos mortais de suas filhas. Se corresponderem, saberemos que são os restos da modelo que inspirou a Mona Lisa", acrescentou o arqueólogo, que também preside o Comitê Nacional Italiano para o Legado Cultural.
Se for confirmada a identidade do esqueleto, os investigadores iniciarão um processo de dois meses para reconstruir o rosto.
"Os traços fundamentais serão claramente visíveis. Já tentamos com Dante Alighieri, quando reconstruímos seu rosto. Seremos capazes de deixar para trás as hipóteses e comparar realmente o rosto reconstituído da musa que inspirou o artista", explica o especialista.
A identidade da Mona Lisa e de seu enigmático sorriso são um dos grandes mistérios da História da Arte e os arqueólogos da equipe italiana asseguram que é emocionante estar tão perto de desvendá-lo.
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