terça-feira, 7 de agosto de 2012

Salário médio do estrangeiro é de € 973, revela estudo que analisa a disparidade salarial entre imigrantes e italianos

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Estudo da Fundação Leone Moressa analisou os salários mensais dos dependentes imigrantes no quarto trimestre de 2011

Um trabalhador estrangeiro recebe um salário médio de € 973 por mês, € 316 a menos que a remuneração obtida por um dependente italiano (24,5% a menos). Nas regiões setentrionais, sobretudo no nordeste (Friuli Veneza Giulia, Trentino Alto Adige e Veneto), o salário é mais alto e, se comparado com o de italianos, apresenta um diferencial menor. É o que revela a Fundação Leone Moressa que analisou as remunerações mensais dos dependentes estrangeiros no quarto trimestre de 2011.

O estudo indica também que as mulheres estrangeiras ganham apenas € 790 ao mês e que os  imigrantes com mais instrução não gozam de vantagens salariais. A pesquisa classifica que os trabalhadores dos setores da manufatura e da construção recebem os salários mais altos, enquanto aqueles que prestam serviços a pessoas e às pequenas e médias empresas os mais baixos.

Nas áreas setentrionais os estrangeiros ganham em média mais que os imigrantes que trabalham no Mezzogiorno: em Friuli Veneza Giulia, por exemplo, a média salarial fica em torno de € 1.113 ao mês, enquanto na Calábria na faixa de € 674. A região sul, de acordo com a Leone Moressa, também se distingue por registrar uma maior diferença salarial entre dependentes estrangeiros e italianos. De fato, se em algumas regiões setentrionais a diferença não supera os € 300 euros, nas regiões do Sul essa diferença ultrapassa os € 500 (como na Campânia)

 Por gênero – Os dependentes estrangeiros do sexo masculino, além de receber um salário médio mais alto que as mulheres (€ 1.122 x € 790), mostram ter diferenças salariais menos amplas em relação às remunerações dos dependentes italianos do mesmo sexo: se trata de 20,5% a menos para os homens e 30,5% menos para mulheres.

Por instrução –O título de estudo não tem qualquer influência sobre o nível salarial dos estrangeiros. De fato, a remuneração de pessoas com nível de instrução mais baixo (sem nenhum título) não difere muito daquela recebida pelos trabalhadores que possuem o diploma da escola superior (segundo grau). Diferente é o caso dos estrangeiros com formação superior que ganham uma média de € 1.139. Mas, quanto mais aumenta o nível de instrução, maior é a diferença salarial entre dependentes estrangeiros e italianos, com as mesmas características.

Tipologia contratual –Os dependentes contratados a tempo indeterminado ganham pouco menos de € 1.000 ao mês, enquanto trabalhadores com contratos a tempo determinado recebem € 884. Na comparação com os italianos emerge que as diferenciais salariais são mais evidentes entre os primeiros que entre os segundos. Não existem, entretanto, grandes diferenças com os italianos quando se considera a renda de um dependente estrangeiro que trabalha a tempo pleno (-21,8%) ou a tempo parcial.

Setores de atividade -Os dependentes estrangeiros que operam no setor de transportes são aqueles que ganham mais (€ 1.257), seguidos daqueles que atuam nas categorias da manufatura, da construção, da instrução/sanidade/serviços sociais e do comércio, cujos salários superam os € 1.000. Abaixo desta cifra destacam os dependentes de hotéis, do setor primário, de prestação de serviços às empresas e pessoas (com apenas € 717). Estes últimos são também aqueles que mostram as diferenças salariais mais elevadas em relação aos trabalhadores italianos na mesma divisão de atividade (-22,2%).

Classe por idade -Não influi de forma significativa sobre os níveis salariais.

É a correlação entre renda e a idade que evidencia a diferença salarial entre os estrangeiros e os dependentes italianos com as mesmas características: com aumento da idade, a margem de diferença com os colegas nativos é ampliada: se na faixa de 15 a 24 anos, os estrangeiros recebem apenas 3,9% a menos do salário, para aqueles com mais de 55 anos a diferença amplia para 40%.

Proveniência –Os africanos e os cidadãos da Europa comunitária são os trabalhadores que recebem os salários médios mais elevados: respectivamente € 1.037 e € 994. Europeus não comunitários, asiáticos e americanos são os trabalhadores que recebem os salários mais baixos.

Quando se confronta (para as primeiras cinco nacionalidades mais representativas no país) o salário de um imigrante que trabalha na Itália com a riqueza per capita do seu país de origem, é possível descobrir que um filipino recebe o ganho equivalente de 6,1 conterrâneos nas Filipinas, um marroquino por seis, um ucraniano por quatro e um albanês por 4,7. “A disparidade salarial entre estrangeiros e italianos não deriva exclusivamente da origem imigrada dos dependentes – afirmam os pesquisadores da Fundação Leone Moressa – quanto por elementos que, combinados, determinam uma desvantagem salarial: a profissão coberta dos estrangeiros, a baixa qualificação, a ocupação nos setores de atividade de mais baixa produtividade, a idade jovem da mão de obra que não permite de alcançar um salário suficiente por tempo de serviço. Além disso, o estudo evidencia que é preciso considerar que o trabalho para os estrangeiros é uma condição necessária para ter  e para renovar o “permesso di soggiorno”.

“Essa ligação indissolúvel pode determinar, por parte do trabalhador, a aceitação de condições ocupacionais marginais, pouco protegidas e, em alguns casos, também sub-remuneradas. Neste momento de crise, o problema da diferença salarial se torna mais evidente, visto que os estrangeiros dificilmente podem contar, além do próprio trabalho que desenvolvem, com outras fontes de rendas alternativas ou com o suporte dado pelos familiares”, explicam os pesquisadores, concluindo que a disparidade existente pode tornar mais lentos os processos de inserção social e econômica dos estrangeiros que trabalham e vivem na Itália. 


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