sábado, 22 de dezembro de 2012

Itália dissolve parlamento; Monti avalia futuro

O presidente italiano, Giorgio Napolitano,  verifica documentos  no Palácio Quirinale em Roma, Itália - Reuters

Roma - (Reuters) - O presidente da Itália dissolveu o parlamento neste sábado e abriu o caminho para uma eleição em fevereiro, com crescentes dúvidas sobre se o primeiro-ministro em processo de renúncia, Mario Monti, vai participar no que promete ser uma campanha azeda.

Monti renunciou na sexta-feira, alguns meses antes do fim de seu mandato, após seu governo perder o apoio do centro-direitista Partido Povo da Liberdade (PDL), de Silvio Berlusconi.

Por semanas, houve especulação em torno do papel que Monti vai desempenhar na eleição, que ocorrerá em 24 e 25 de fevereiro, segundo confirmou o gabinete.

O ex-comissário (ministro) europeu, indicado para liderar um governo não-eleito para salvar a Itália de uma crise financeira há um ano, tem enfrentado crescente pressão para buscar um segundo mandato e mais cedo na semana a mídia italiana noticiou amplamente que ele o faria.

Isso agora parece bem menos certo, já que Monte teve de digerir pesquisas de opinião que sugerem que um grupo centrista liderado por ele provavelmente alcançaria terceiro lugar ou até quarto na eleição, que deve ser vencida pelo centro-esquerdista Partido Democrático (PD), liderado por Pier Luigi Bersani.

"O resultado das eleições poderia não ser tão favorável e a questão é onde isso deixaria sua própria credibilidade e sua agenda de reformas", disse à Reuters uma pessoa próxima a Monti.

Os principais jornais italianos noticiaram neste sábado que Monti estava inclinado a não concorrer, em parte por conta das pesquisas de opinião decepcionantes e em parte em razão de dúvidas sobre a qualidade dos partidos centristas que usariam seu nome.

Líderes europeus incluindo a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, fizeram apelos para que a agenda de reformas econômicas de Monti continue, mas os dois principais partidos políticos italianos insistem que ele deve permanecer fora da disputa.

Monti, que tem mantido seu jogo em segredo, deve delinear seus planos em coletiva de imprensa no domingo.

Em vez de anunciar sua candidatura ou apoiar uma aliança centrista liderada por seu nome, duas opções amplamente levantadas nos últimos dias, ele pode simplesmente apresentar um resumo das reformas que seu governo tecnocrata adotou e aquelas que ainda são necessárias.

Caberia então aos partidos políticos comprometerem-se com as prioridades estabelecidas ou rejeitá-las.

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