O presidente italiano, Giorgio Napolitano, verifica documentos no Palácio Quirinale em Roma, Itália - Reuters
Roma - (Reuters) - O presidente da Itália
dissolveu o parlamento neste sábado e abriu o caminho para uma eleição
em fevereiro, com crescentes dúvidas sobre se o primeiro-ministro em
processo de renúncia, Mario Monti, vai participar no que promete ser uma
campanha azeda.
Monti renunciou na sexta-feira, alguns meses antes do
fim de seu mandato, após seu governo perder o apoio do centro-direitista
Partido Povo da Liberdade (PDL), de Silvio Berlusconi.
Por semanas, houve especulação em torno do papel que
Monti vai desempenhar na eleição, que ocorrerá em 24 e 25 de fevereiro,
segundo confirmou o gabinete.
O ex-comissário (ministro) europeu, indicado para
liderar um governo não-eleito para salvar a Itália de uma crise
financeira há um ano, tem enfrentado crescente pressão para buscar um
segundo mandato e mais cedo na semana a mídia italiana noticiou
amplamente que ele o faria.
Isso agora parece bem menos certo, já que Monte teve de
digerir pesquisas de opinião que sugerem que um grupo centrista
liderado por ele provavelmente alcançaria terceiro lugar ou até quarto
na eleição, que deve ser vencida pelo centro-esquerdista Partido
Democrático (PD), liderado por Pier Luigi Bersani.
"O resultado das eleições poderia não ser tão favorável
e a questão é onde isso deixaria sua própria credibilidade e sua agenda
de reformas", disse à Reuters uma pessoa próxima a Monti.
Os principais jornais italianos noticiaram neste sábado
que Monti estava inclinado a não concorrer, em parte por conta das
pesquisas de opinião decepcionantes e em parte em razão de dúvidas sobre
a qualidade dos partidos centristas que usariam seu nome.
Líderes europeus incluindo a chanceler alemã, Angela
Merkel, e o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso,
fizeram apelos para que a agenda de reformas econômicas de Monti
continue, mas os dois principais partidos políticos italianos insistem
que ele deve permanecer fora da disputa.
Monti, que tem mantido seu jogo em segredo, deve delinear seus planos em coletiva de imprensa no domingo.
Em vez de anunciar sua candidatura ou apoiar uma
aliança centrista liderada por seu nome, duas opções amplamente
levantadas nos últimos dias, ele pode simplesmente apresentar um resumo
das reformas que seu governo tecnocrata adotou e aquelas que ainda são
necessárias.
Caberia então aos partidos políticos comprometerem-se com as prioridades estabelecidas ou rejeitá-las.
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