Enrico Letta teve sua saída pedida pelo próprio partido.
Marco Renzi deve ser indicado para formar um novo governo.
O primeiro-ministro da Itália, Enrico Letta,
entregou sua renúncia ao presidente Giorgio Napolitano nesta
sexta-feira (14), um dia após seu próprio partido, o Partido Democrático
(PD), ter votado a favor de sua saída, abrindo caminho para a formação
de um novo governo.
Letta apresentou uma "renúncia irrevogável", destacou um comunicado da presidência.
Napolitano aceitou a demissão e informou que começar imediatamente as
consultas para formar um novo governo e completar o processo até sábado
(15), segundo o gabinete do presidente.
Há grande expectativa de que o presidente, que tem o poder de nomear o
premiê ou convocar eleições, peça ao rival de Letta e líder do PD, Marco
Renzi, para formar um novo governo após consultas aos partidos no
Parlamento.
Letta deve permanecer no cargo até que um novo governo seja indicado.
Enrico
Letta chega ao palácio do governo italiano para entregar sua renúncia
como primeiro-ministro nesta sexta-feira (14) (Foto: Andreas Solaro/AFP)
Letta chegou ao meio-dia à sede da presidência da República, o Palácio del Quirinale, onde permaneceu durante quase uma hora.
"Obrigado a todos os que me ajudaram a cada dia como se fosse o
último", escreveu no Twitter pouco antes do encontro com Napolitano.
Letta, à frente de uma inédita coalizão de partidos de esquerda e de
direita, anunciou na quinta-feira a intenção de apresentar a renúncia
depois de ter sido derrotado por Renzi.
A crise termina com vários meses de luta fratricida entre Letta e
Renzi, que retirou o apoio ao frágil governo de coalizão depois que a
direção do PD respaldou a saída de Letta por 136 votos contra apenas 16.
A imprensa italiana manifestou preocupação com mais uma crise política do país, que tenta superar a crise econômica.
Esta é a terceira mudança de governo sem que o premier tenha o apoio das urnas.
O presidente Napolitano, o único com o poder de convocar novas
eleições, segundo as leis de uma república parlamentar, descartou uma
votação.
Caso seja nomeado chefe de Governo, Renzi enfrentará grandes problemas,
tanto políticos quanto econômicos, incluindo uma gigantesca dívida
pública e um desemprego que chega a quase 40% entre os jovens.
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