Segundo Marino, a capital não tem como organizar as canonizações
Governo da Itália desistiu de aprovar um decreto de ajuda financeira para a Prefeitura de Roma
(foto: ANSA)
Roma - O prefeito de Roma, Ignazio Marino, fez duras críticas
e ameaças nesta quinta-feira (27), um dia após o governo da Itália
desistir de aprovar um decreto que destinaria 1 bilhão de euros à
capital, como forma de ajuda para a Prefeitura reequilibrar suas contas.
Marino ameaçou "bloquear" Roma e afirmou que, sem recursos
financeiros, a cidade não poderá se organizar para receber milhares de
turistas na cerimônia de canonização dos papas João Paulo II e João
XXIII, programada para 27 de abril, no Vaticano.
"Vou dizer com clareza: em março, já não teremos dinheiro para pagar o
salário de 25 mil funcionários públicos, para a gasolina dos ônibus,
para o funcionamento das escolas e asilos, e nem para organizar a cidade
para a canonização, um evento de magnitude planetária", disse.
"A partir de domingo, bloquearei toda a cidade. As pessoas terão que
munir, encontrar formar alternativas para viver. O decreto não deveria
chamar 'Salva Roma', porque a verba é proveniente dos impostos que os
ramos pagam e os quais devem ser restituídos", criticou.
"Não se pode apresentar e, depois, retirar um decreto. Não é um jogo,
mas sim, a capital da Itália. Não temos tempo para discursos,
precisamos de ação", acrescentou o prefeito.
Segundo fontes políticas, o tom usado por Marino aborreceu o governo
italiano. "Estamos trabalhando dia e noite para tentarmos resolver um
problema que não foi criado pelo Executivo", disse uma fonte, ironizando
as dívidas da Prefeitura de Roma.
Após assumir como prefeito em 2013, Ignazio Marino, do Partido
Democrático (PD), descobriu um rombo nas finanças do município, e pediu
auxílio federal. A decisão de engavetar o projeto foi tomada após ele
ser obstruído no Parlamento pelo partido de extrema-direita Liga Norte e
pelo Movimento 5 Estrelas (M5S), fundado e liderado pelo comediante
Beppe Grillo.
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