quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Sem verba, prefeito de Roma ameaça 'bloquear' cidade

Segundo Marino, a capital não tem como organizar as canonizações

Governo da Itália desistiu de aprovar um decreto de ajuda financeira para a Prefeitura de Roma (foto: ANSA)
Governo da Itália desistiu de aprovar um decreto de ajuda financeira para a Prefeitura de Roma
 (foto: ANSA)
 
Roma  - O prefeito de Roma, Ignazio Marino, fez duras críticas e ameaças nesta quinta-feira (27), um dia após o governo da Itália desistir de aprovar um decreto que destinaria 1 bilhão de euros à capital, como forma de ajuda para a Prefeitura reequilibrar suas contas.
 
Marino ameaçou "bloquear" Roma e afirmou que, sem recursos financeiros, a cidade não poderá se organizar para receber milhares de turistas na cerimônia de canonização dos papas João Paulo II e João XXIII, programada para 27 de abril, no Vaticano.

"Vou dizer com clareza: em março, já não teremos dinheiro para pagar o salário de 25 mil funcionários públicos, para a gasolina dos ônibus, para o funcionamento das escolas e asilos, e nem para organizar a cidade para a canonização, um evento de magnitude planetária", disse.

"A partir de domingo, bloquearei toda a cidade. As pessoas terão que munir, encontrar formar alternativas para viver. O decreto não deveria chamar 'Salva Roma', porque a verba é proveniente dos impostos que os ramos pagam e os quais devem ser restituídos", criticou.

"Não se pode apresentar e, depois, retirar um decreto. Não é um jogo, mas sim, a capital da Itália. Não temos tempo para discursos, precisamos de ação", acrescentou o prefeito.

Segundo fontes políticas, o tom usado por Marino aborreceu o governo italiano. "Estamos trabalhando dia e noite para tentarmos resolver um problema que não foi criado pelo Executivo", disse uma fonte, ironizando as dívidas da Prefeitura de Roma.

Após assumir como prefeito em 2013, Ignazio Marino, do Partido Democrático (PD), descobriu um rombo nas finanças do município, e pediu auxílio federal. A decisão de engavetar o projeto foi tomada após ele ser obstruído no Parlamento pelo partido de extrema-direita Liga Norte e pelo Movimento 5 Estrelas (M5S), fundado e liderado pelo comediante Beppe Grillo.


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