Para Piero Grasso, atual legislação está entre as mais severas
Piero Grasso disse que lei italiano tira o direito de milhares de imigrantes (foto: ANSA)
Roma - O presidente do Senado italiano, Piero Grasso, afirmou
nesta quarta-feira (26) que chegou o momento de o país pensar em
mudanças na sua lei sobre a concessão de cidadania aos estrangeiros que
já estão integrados à sociedade e aos seus descendentes.
Segundo o parlamentar, que pertence ao centro-esquerdista
Partido Democrático (PD), do premier Matteo Renzi, as normas da Itália
na área de imigração estão entre as mais severas da Europa e excluem os
direitos de milhares de pessoas que, "com o seu trabalho honesto,
contribuem para o bem-estar e o progresso" da nação. "Penso também nos
jovens nascidos no nosso país, que estudam aqui, falam a nossa língua e
nossos dialetos, que torcem ou jogam nos nossos times de futebol.
Frequentemente me encontro entre muitos deles nas iniciativas a favor da
legalidade, e sempre me pergunto amargamente porque esses jovem lutam
pela justiça e pelo futuro de um país onde não serão nunca cidadãos, ao
menos até que a lei não seja alterada", declarou Grasso.
O presidente do Senado disse ainda estar convencido de que a construção de uma nova sociedade multiétnica deve começar a partir das escolas, que hoje estão "enriquecidas em toda a Itália com os belos rostos que chegam de lugares geograficamente e culturalmente distantes".
O tratamento dado aos estrangeiros é um dos temas mais
sensíveis na Itália atualmente, principalmente por conta dos constantes
naufrágios de embarcações ilegais no mar Mediterrâneo. Dois acidentes no
segundo semestre do ano passado deixaram 400 mortos e iniciaram um
debate sobre a necessidade de alterar a legislação do país e eliminar o
crime de imigração clandestina do código penal. (ANSA)
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