sábado, 5 de julho de 2014

Europa é de cidadãos, não de banqueiros, afirma Renzi

Roma - Criticado pelo Bundesbank, o banco central alemão, por pedir mais flexibilidade nas regras da União Europeia e por defender reformas no bloco, o premier italiano, Matteo Renzi, não economizou nas palavras para responder à instituição nesta sexta-feira (4).

    "O dever do Bundesbank é assegurar os seus próprios objetivos estatutários, e não participar do debate político na Itália. Quando ele quiser falar conosco, será bem vindo, mas partindo do princípio que a Europa é dos cidadãos, e não dos banqueiros", disse o chefe de governo.

    Ontem (4), o presidente do banco, Jens Weidmann, questionou o premier por conta do alto endividamento da Itália e criticou seu discurso no Parlamento Europeu, quando pediu para a UE focar mais no crescimento e recuperar sua "essência". "O primeiro-ministro italiano diz que a fotografia da Europa é o rosto do cansaço e nos fala o que devemos fazer... As reformas devem ser feitas, e não anunciadas. E aumentar a dívida não é um pressuposto para o crescimento", afirmou.

    Apesar de responder duramente a Weidmann, Renzi negou qualquer tipo de dificuldade no relacionamento com a Alemanha e garantiu manter uma ótima relação com a chanceler Angela Merkel, que disse nesta sexta, por meio de seu porta-voz, que os dois países "remam na mesma direção". Além disso, a ministra das Relações Exteriores da Itália, Federica Mogherini, ressaltou que não existe uma crise diplomática entre Roma e Berlim, mas apenas uma "discussão política".


Reunião

O premier italiano recebeu nesta sexta-feira o chefe da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, em visita por ocasião do início da presidência semestral do país na UE. Em coletiva de imprensa, Renzi disse que seu objetivo para os próximos seis meses é restituir a confiança e o entusiasmo aos cidadãos do bloco.

    Por outro lado, o português declarou que a Europa precisa da paixão do primeiro-ministro e prometeu apoio da Comissão aos seus projetos de reforma. (ANSA)


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