quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Greves e protestos na Itália não preocupam Renzi

Roma -  O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, parece não estar preocupado com as convocações de greves e protestos para os próximos 30 dias no país e disse que "gostem ou não gostem, as coisas mudarão" na Itália.

"Há mais greves nestas semanas do que contra todas os outros governos. Mas, o governo está buscando aprovar todas as ações necessárias para fazer com que o trabalho volte a crescer", declarou o premier à rádio RTL.

Segundo o político, sua preocupação não está no fato das pessoas protestarem, mas sim em fazer com que as pessoas tenham onde trabalhar. "Até porque enquanto eles inventam razões para protestar, eu me preocupo em criar postos de trabalho porque há ainda muita coisa para fazer", destacou.

Os sindicatos italianos convocaram diversas greves e manifestações, sendo a maior delas para o dia 12 de dezembro. Amanhã (21), também é esperada uma grande manifestação em Nápoles.

Os protestos focam, especialmente, a reforma trabalhista e a Lei de Estabilidade, ambas propostas pelo primeiro-ministro. Na área trabalhista, a ideia de Renzi é flexibilizar o mercado de trabalho e incentivar as empresas a contratarem. Já a chamada Lei de Estabilidade mexe, entre outros pontos, nos cortes de gastos públicos de cidades, regiões e comunas.

Renúncia de Napolitano:

O premier também falou sobre a possível renúncia do presidente italiano, Giorgio Napolitano. Ele disse que o mandatário está em "seu pleno direito de deixar o comando antes do fim", mas que "gostaria" que Napolitano ficasse mais tempo no poder.

O mandatário assumiu sua "reeleição" no ano passado após os partidos italianos não entrarem em consenso sobre o nome do presidente. Nunca antes na história da política italiana, uma pessoa foi reeleita para o cargo. No ano que vem, o presidente completará 90 anos de idade e teria ainda que cumprir sete anos de governo.

Caso Eternit:

Renzi também falou sobre a anulação da condenação contra o presidente da Eternit, Stephan Schmidheiny. Ele havia sido sentenciado em junho de 2013 por desastre ambiental doloso causado pelo uso do amianto, um mineral altamente tóxico e cancerígeno. Mais de duas mil pessoas morreram por causa disso, porém a Justiça italiana entendeu que o crime prescreveu nesta quarta-feira (19).

O premier falou que é preciso mudar as regras sobre casos parecidos, dizendo que se "um crime como este prescreveu, é preciso mudar as regras do jogo sobre as prescrições".

Como cidadão, as entrevistas dos familiares me atingem e me fazem sentir arrepios porque mostram uma habilidade extraordinária. Eu acredito na Justiça tanto quanto um servidor do Estado. Não se continua a combater porque as mortes sejam consoláveis - elas não são - mas pela ideia fortemente existente de que a Justiça é a ética de um país. É uma dor sem fim", finalizou o premier. (ANSA)

www.ansa.it

Nenhum comentário: