terça-feira, 5 de maio de 2015

Pizzolato prefere morrer a cumprir pena em presídio do Brasil

Roma - O ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato afirmou nesta segunda-feira (04) ao senador italiano Carlo Giovanardi que "prefere morrer a descontar a pena por anos em uma penitenciária do Brasil".

Giovanardi, que é o chefe do partido Área Popular na Comissão de Justiça do Senado, teve uma reunião com o brasileiro no presídio de Módena e divulgou uma nota após a reunião.

O parlamentar pediu ao ministro da Justiça local, Andrea Orlandi, que "revogue" a decisão de extraditar o acusado no processo do Mensalão ao Brasil. Segundo Giovanardi, a medida "coloca em risco a vida de Pizzolato, que se colocou a disposição de cumprir a pena na Itália".

Durante o encontro, o senador afirmou que o ítalo-brasileiro "muito sereno", mas que percebeu que ele está preocupado com "o que pode acontecer no futuro". 

"Os ministros condenados no Brasil já estão fora da prisão, enquanto os peixes pequenos tiveram condenações pesadas. São os mesmos governadores brasileiros que dizem que as condições de cárcere são inapropriadas", ressalta o comunicado.

O advogado de Pizzolato, Alessandro Sivelli, destacou que o caso de seu cliente "interessa só a poucos" e que constituem uma "violação dos direitos fundamentais".

Na semana passada, Giovanardi já havia apelado para o governorever a decisão contra o ítalo-brasileiro, dizendo que era "incompreensível" sua extradição.

O caso

No dia 24 de abril, o ministro Andrea Orlando deu um parecer favorável à extradição do ex-diretor do Banco do Brasil. Pizzolato, que possui também cidadania italiana, foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão no processo do Mensalão, mas fugiu para a Itália com um passaporte falso. Ele acabou sendo detido em fevereiro de 2014, em Maranello, por portar os documentos de seu irmão, que havia falecido em 1978.

A decisão de Orlando veio de encontro com o veredicto da Corte de Cassação de Roma, em fevereiro, que reverteu uma decisão do Tribunal de Bolonha e autorizou a extradição.

Na primeira sentença, a vinda do ex-diretor ao país tinha sido negada sob argumento de que os presídios nacionais não têm condições de manter a integridade física de Pizzolato. (ANSA)

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