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Roma, 1 Jun 2015 (AFP) - As eleições regionais e municipais parciais de domingo na Itália foram marcadas por um forte declínio da participação e resultados que, segundo as pesquisas de boca de urna, apontam para uma disparidade segundo as regiões para o presidente do Conselho, Matteo Renzi.
No fechamento das seções eleitorais, às 23H00 locais (18H00 de Brasília), em sete regiões - Vêneto, Liguria, Toscana, As Marcas, Umbria, Campânia e Apulia - e 700 municípios, a participação foi de 64% nas municipais e de 49% a 56% nas regionais, 10 pontos percentuais a menos do que nas últimas eleições similares, celebradas em 2010.
A contagem de votos pode avançar pela noite e os primeiros resultados são aguardados para a segunda-feira.
Segundo pesquisas de boca de urna, a surpresa pode vir de Liguria, uma região do noroeste do país, até agora governada pela centro-esquerda, onde a candidata do Partido Democrático (PD), de Renzi, Raffaela Paita, ficaria apenas no terceiro lugar.
Desafiada por um candidato dissidente do PD, ela seria superada por Giovani Toti, candidato apoiado pelo partido Forza Italia, de Silvio Berlusconi, a Liga do Norte, de Matteo Salvini, e o contestatário Movimento 5 Estrelas, do ex-comediante Beppe Grillo.
Em Campânia, ao contrário, a região de Nápoles, o candidato do PD, Vincenzo de Luca, parecia sutilmente mais bem colocado que o governador em fim de mandato do Forza Itália, Stefano Caldoro.
Se a vantagem de De Luca se confirmar, seria um sucesso embaraçoso para o PD: vencedor de primárias em março, De Luca foi declarado "inapresentável" na sexta-feira por uma comissão parlamentar consultiva anti-máfia.
Ex-prefeito de Salerno, De Luca foi condenado em primeira instância por abuso de poder e deve ser julgado a partir de junho por fraude e associações de malfeitores.
Tragicomédia
A centro-esquerda, ao contrário, deve preservar seu reduto na Toscana e parece a um ponto de conservar também As Marcas e Apulia, enquanto o Vêneto permaneceria nas mãos da Liga do Norte, o partido anti-euro e anti-imigrantes. Em Umbria, o resultado parecia incerto.
Esta batalha eleitoral é a primeira de porte desde as eleições europeias, claramente vencidas há um ano pelo Partido Democrata (PD, esquerda), de Matteo Renzi, com 40,1% dos votos.
Apesar de o premiê ter reforçado no sábado que as eleições locais só tem "valor local", o jovem chefe de governo, comprometido com um programa de reformas criticado pela ala à esquerda de seu partido, poderia perder popularidade se seus resultados forem modestos.
A oposição media também suas forças nestas eleições, em particular o Movimento 5 Estrelas, do ex-comediante Beppe Grillo, que obteve 25% dos votos nas eleições de 2013, mas que não conseguiu consolidar sua presença na política italiana por causa de seu repúdio a assumir compromissos.
As atenções se voltavam também para os resultados do Forza Italia e da Liga Norte, que se apresentaram unidos em algumas regiões, mas disputam a hegemonia da direita.
A reforma eleitoral adotada recentemente, que será aplicada nas próximas legislativas, têm como vocação reforçar o bipartidarismo no país.
Para Berlusconi, cujo partido Forza Italia está em declínio, esta é uma das últimas chances para mostrar que aos 78 anos ainda tem uma palavra a dizer na política.
No entanto, no que o jornal La Stampa descreveu como "aumento da tragicomédia", o Cavaliere terminou sua campanha na sexta-feira indo por engano no comício do oponente de seu candidato em um município da aglomeração de Milão.
http://noticias.uol.com.br/
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