terça-feira, 1 de setembro de 2015

Biblioteca Nacional recupera livros raros

Biblioteca Nacional, no Rio, tem livros guardados em cofre.
'Livro das horas' e outras preciosidades possuem mais de 500 anos.


G1 foi até a Biblioteca Nacional, no Centro do Rio, mostrar como funciona o trabalho de restauração e manutenção dessas obras especiais.

Os exemplares que precisam de reparos são levados para o Laboratório de Restauração, onde os técnicos utilizam materiais e máquinas importados para fazer com que obras degradadas pela ação de agentes como a maresia, poluição, insetos, umidade, temperatura e a mão do homem ganhem vida novamente.
Um dos livros que passa pelo processo de restauração é "Máximas Espirituaes", de Affonso dos Prazeres, de 1740, que passa pelos cuidados dos especialistas da Biblioteca Nacional. Dentro deste processo, o livro é desmontado para ser recuperado. “É feita uma polpa de papel e a gente coloca em uma máquina e reconstitui toda a parte faltante onde o inseto comeu,” afirma Fernando Amaro, chefe da equipe responsável pela restauração.
Prevenção
Para que não precisem ser restaurados, livros, documentos e mapas passam por um trabalho preventivo. Para definir o que é raro, a Biblioteca Nacional não leva em questão somente a antiguidade, mas também se é única, inédita, se faz parte de alguma edição especial e possua algo que a diferencie de outras, como um autógrafo, por exemplo. Cada obra considerada rara é limpa individualmente, página a página, com um pincel em uma mesa, que se parece com uma escrivaninha, que “suga” a poeira.

No laboratório, é possível monitorar as condições de armazenamento em cada um dos setores da Biblioteca Nacional. Cada ambiente possui um sensor e um programa gerencia a qualidade do ambiente e indica quais são as condições de temperatura e umidade na qual os livros estão armazenados.
As obras, sejam elas raras ou não, são embaladas de maneira sob medida para que estejam preservadas dos agentes externos que possam danificá-los."O objetivo é proteger os cortes do livro. Protegê-los da poeira para evitar que ela se deposite, que é um fator que faz com que o livro se degrade muito mais rápido”, conta Gilvânia Lima, chefe do Centro de Conservação e Encadernação. As obras mais raras possuem uma caixa em outro modelo, também sob medida, que as isolam totalmente do contato com o ambiente externo.
Mais de 555 anos
Um destes livros eternos é um exemplar que faz parte da coleção dos chamados “livros de horas” medievais, que possuíam orações que deveriam ser feitas em cada uma das horas canônicas, ou seja, determinados horários do dia e da noite. São oito exemplares que ficam guardados dentro de um cofre climatizado. Por medida de segurança, não é possível fazer imagens do lugar, que não está aberto ao público. Estes livros são tão raros e valiosos que não possuem valor de mercado. Os ambientes onde permanecem são monitorados e possuem segurança redobrada.


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