domingo, 4 de outubro de 2015

Imigrantes se tornam mediadores para ajudar refugiados na Itália


Foto: ONG EmergencyImage copyrightEmergency
Image captionSalima (centro) e outros membros da Emergency dependem de alertas da Guarda Costeira italiana (Foto: ONG Emergency)
Ahmad Al Rousan ouviu de pescadores na Tunísia no mês passado que corpos estavam enroscando em suas redes.
Ele trabalha como mediador cultural para a ONG Médicos sem Fronteiras (MSF) na Itália. Isso significa que ele é um dos primeiros ponto de contato daqueles que chegam à Europa. Faz traduções do árabe para o italiano e auxilia os refugiados com atendimentos psicológicos e de primeiros socorros.
São sessões em que os recém-chegados relatam traumas e experiências para equipes de psicólogos e mediadores culturais. Os encontros acontecem no Centro Baobab, em Roma, criado em junho por voluntários italianos para fornecer comida e abrigo aos refugiados que chegam à capital italiana.
Atualmente, o local abriga cerca de 200 pessoas, que vêm da Eritreia, Darfur (no Sudão) e Nigéria. A maioria atravessa o mar Mediterrâneo pela Líbia, onde relatam sofrer espancamentos, sequestros e estupros por traficantes de pessoas.
"Todas as pessoas que encontrei ali viram alguém morrer. Seja no deserto durante a travessia até chegar à Líbia ou no mar, tentando chegar à Europa", disse Rousan à BBC Brasil.

Horrorizado com as mais de 3 mil mortes de imigrantes no mar neste ano, ele diz que a situação está piorando. "É preciso que a Europa se organize e crie rotas seguras para a travessia. Apenas aumentar os resgates no mar não basta", diz.

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