quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Tradições dos imigrantes italianos no RS (III)


Enterros

Os cemitérios que eram públicos não eram bentos.

Então, quem não fizesse parte (fosse sócio) de uma “capela”, era enterrado em cemitério público, na sede da colônia. Os sacerdotes benziam o túmulo dos defuntos católicos que tivessem direito ao enterro eclesiástico.

Pecadores públicos impenitentes, ou suicidas, não eram sepultados no interior dos cemitérios bentos, das capelas, mas fora dos cemitérios.

Esta medida fazia com que, em alguns casos, os familiares de um suicida ou pecador público procurassem o cemitério municipal, para não ter seu ente querido enterrado fora do campo santo.

Às crianças falecidas sem batismo, reservava-se um recanto especial dentro do próprio cemitério.

Nas primeiras décadas da imigração, o sepultamento era realizado em covas abertas na terra, com o mínimo de dois metros de profundidade, sem proteção alguma a não ser o caixão mortuário. Depois foram surgindo as proteções de pedra.

Alguns relatos confirmam que, bem no início, muitos defuntos foram sepultados sem caixão. Lançados à terra desprotegidos.

As cruzes dos cemitérios evoluíram das cruzes de madeira para cruzes de pedra e cruzes de ferro.

Em muitos casos, colocava-se no cimo de uma cruz de ferro a rosa dos ventos, para significar que a família do falecido o havia entregue às mãos de Deus, para que Ele fizesse o que melhor conviesse ao ente querido.

“Extraído do livro “Os italianos do Rio Grande do Sul”.

De Luis A. De Boni / Rovílio Costa.

EST-EDIÇÕES.

Colaboração: Mirna Borella Bravo

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