segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Prefeito de Roma é eleito líder do novo partido de centro-esquerda na Itália


Prodi na festa com o candidato





O popular prefeito de Roma, Walter Veltroni, confirmou neste domingo (14/10) as expectativas e será o líder do Partido Democrático (PD), o novo partido de centro-esquerda italiano, ao arrasar nas eleições internas com participação de mais de 3 milhões de pessoas.

Segundo as primeiras projeções, Veltroni, de 52 anos, conseguiu 75% dos votos. Com isso, ele se transforma no secretário-geral do PD, que reagrupa seu antigo partido Democratas de Esquerda (DS) com os centristas da coalizão Margarida.

"Mais de 3 milhões de italianos disseram que existe uma nova Itália, tranqüila, que trabalha e que estuda e que quer mudar a política e o país", foram as primeiras palavras de Veltroni após a votação.

Veltroni enfrentava a representante da área católica e ministra para a Família, Rosy Bindi, e o subsecretário do Governo, Enrico Letta. Bindi conseguiu 13% dos votos e Letta se situou em 11%.

O resto dos votos foi dividido entre o economista Piergiorgio Gawronski e o jornalista Mario Adinolfi.

Mas o verdadeiro sucesso foi a estrondosa participação. As previsões mais otimistas falavam de 1 milhão de eleitores, mas o comparecimento foi de 3,2 milhões.

O dado se revela o mais importante, pois para os analistas era um teste para saber se o novo partido atraiu os eleitores do centro e da esquerda, desmotivados pelos inúmeros experimentos políticos dos últimos anos.

Todos os italianos maiores de 16 anos e os imigrantes podiam participar, como possíveis eleitores do pleito de 2011.

Por isso, além dos parabéns a Veltroni, os futuros integrantes do novo PD manifestaram satisfação com a grande participação.

"Foi uma grande revolução pacífica de milhares de pessoas que desde de manhã entraram na fila para votar. Os cidadãos expressaram sua vontade de mudança, e agora temos que responder", disse Dario Franceschini, escolhido por Veltroni para ser subsecretário do PD.

O primeiro-ministro Romano Prodi, que será o presidente da novo partido, assegurou que o resultado "reforça o Executivo" e "existirá uma boa colaboração" com o secretário-geral do PD.

"Trabalharemos bem juntos e faremos entender que este projeto pode ser muito útil para a estabilidade do país", disse Prodi.

A eleição de Veltroni é só o primeiro passo para o nascimento oficial de um partido sobre o qual pesam incertezas: desde qual será o papel que terá o secretário-geral até o futuro da nova experiência da centro-esquerda italiana.

Pela primeira vez no país, nasce um partido que une a esquerda e a ala católica, que durante anos concorreram coligadas às eleições mas sempre em legendas separadas.

Outra grande incógnita é se Veltroni será o próximo candidato da centro-esquerda a primeiro-ministro, já que Prodi anunciou que não concorrerá em 2011. E o mistério cresce diante da possibilidade de haver eleições antecipadas. Veltroni garantiu que respeitará seu mandato como prefeito de Roma, que termina justamente em 2011.

As últimas pesquisas indicam que o novo partido conseguiria 30% dos votos, que garantiriam ser o partido mais votado mas não a maioria parlamentar. Por isso continuaria sendo necessária a aliança com os comunistas e os democratas-cristãos.

Fonte: Agências EFE / ANSA

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