quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Prodi anuncia redução de impostos


O premier italiano Romano Prodi anunciou hoje uma “redução substancial dos impostos aos trabalhadores com renda médio-baixa e às famílias com filhos”. Prodi, ao cabo de seu discurso de fim de ano transmitido pela TV, especificou que “os valores se fixarão quando se definirem as medidas necessárias, porque o crescimento dos salários é inferior à porcentagem da inflação”, que na Itália foi de 1,6%, contra os 2,1% da União Européia. “O custo de vida na Itália é um problema gravíssimo. Para solucioná-lo é necessária a cooperação entre trabalhadores, empresários e Governo, para retomar o desenvolvimento”, acrescentou.

“Em 2008, o governo colocará em marcha um grande pacto em favor de salários maiores, maior produtividade e queda dos impostos para os assalariados com renda médio-baixa. (...) No entanto, de um ponto de vista econômico a Itália deixou de ser um doente na Europa e se tornou um convalescente. Para isso, o governo esteve ao lado das empresas, que receberam ‘muito’, porque era preciso empurrar a recuperação”, afirmou. Prodi disse esperar que, com o reinício das sessões parlamentares após as festas de fim de ano, o Senado finalmente aprove um último pacote de liberações de serviços preparado pelo Executivo. O premier italiano também falou da necessidade de continuar com as privatizações ainda não concretizadas pelo primeiro governo de centro-esquerda (1996-2001), desde que os demais sócios europeus pratiquem a “reciprocidade” e a Itália não seja somente “objeto passivo de compras por parte de ‘utility’ estrangeiras”.

Com referência às finanças estatais, o premier disse que “este ano fechará com um déficit de aproximadamente 2%”, depois da realização (após muito tempo) de “uma redução significativa do gasto corrente e um aumento do gasto em investimentos”. Segundo cálculos de alguns meses atrás, o déficit de 2007 deveria ter sido de 2,4%. Recentemente na Itália se registrou uma série de acidentes laborais fatais. Prodi disse que a segurança no trabalho é uma emergência nacional, mas, ao apontar o papel fundamental dos "instrumentos de controle" para enfrentar o problema, citou também as responsabilidades que empresas e sindicatos devem assumir. Depois de indicar que “a porcentagem de desemprego na Itália é de 5,6%” e que “nunca foi tão baixa nos últimos 25 anos” e que “esta cifra é inferior à média européia”, Prodi afirmou que medidas recentes sobre bem-estar social aprovadas pelo Parlamento “permitem frear a precariedade difusa e apontar para uma flexibilidade equilibrada e necessária". Há algumas semanas, alguns partidos da maioria do governo, pediram “uma verificação política” sobre o estado da coalizão para janeiro próximo. “Não há verificação. O programa continua sendo o que nos deu a vitória nas eleições. Discutirei com as forças da maioria a partir desse programa”, explicou Prodi.

Outro problema da vida política italiana é o conflito de interesses que pode surgir entre os que, como o líder do maior partido da oposição Silvio Berlusconi, é empresário de setores “sensíveis” como a televisão e, ao mesmo tempo, exerce atividade política. "Repetidas vezes apresentamos medidas ao Parlamento sobre o conflito de interesses, mas não conseguimos a sua aprovação. Insistirei, posto que o conflito de interesses é um fundamento da democracia, assim como a reforma do sistema rádio-televisivo é condição fundamental para um Estado de democracia”, opinou o premier italiano.

Da Ansa

Nenhum comentário: