sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Monarquistas brasileiros perdem seu futuro rei


Dom Pedro de Alcantara Gastão João Maria Filipe Lourenço Humberto Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Orleans e Bragança e Dobrzensky-von-Dobrzenicz, mais referido como D. Pedro Gastão, faleceu aos 94 anos na madrugada desta quinta-feira (27) em Sevilha, na Espanha. Era parte do ramo da família real brasileira que questiona a sucessão ao trono. Ele se declarava legítimo herdeiro da coroa e se envolveu na polêmica que começou no início do século XX, quando o Brasil já era republicano.

As reivindicações de Dom Pedro Gastão pelo trono ganharam atenção em 1993, quando foi realizado no país o plebiscito para decidir o sistema de governo. Entre monarquia, parlamentarismo e república, o Brasil decidiu permanecer republicano. Ele era neto da Princesa Isabel, que teve três filhos: Dom Pedro de Orleans e Bragança, Príncipe do Grão Pará (1875-1940), Dom Luis de Orleans e Bragança (1878-1920) e Dom Antonio de Orleans e Bragança (1881-1919).

Dom Pedro Gastão, será enterrado na sexta-feira (28), no palácio de Villamanrique, na região de Sevilha, Espanha. Era filho de Dom Pedro de Orleans e Bragança, Príncipe do Grão Pará, que, por sua vez, enquanto filho mais velho da Princesa Isabel, seria o sucessor ao trono. A polêmica em torno da sucessão na monarquia brasileira surgiu com a decisão de Dom Pedro de Orleans e Bragança, Príncipe do Grão Pará, de se casar com Elizabeth Dobrezenicz, que não possuía título de nobreza. Contrariando a família, o príncipe preferiu o casamento e assinou um documento optando por abdicar ao trono. Assim, o próximo na linha sucessória seria o segundo filho mais velho da Princesa Isabel: Dom Luis de Orleans e Bragança.

Os descendentes de Dom Pedro de Orleans e Bragança, Príncipe do Grão Pará, que formam o ramo da família fixado em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, entre os quais está Dom Pedro Gastão, alegam, no entanto, que o documento não tem valor legal e que eles são os legítimos herdeiros do trono. Com esse argumento, Dom Pedro Gastão, como filho mais velho, se declarava herdeiro legítimo da coroa.

Enquanto isso, os descendentes de Dom Luis de Orleans e Bragança defendem que Dom Pedro de Orleans e Bragança, Príncipe do Grão Pará, decidiu pela abdicação, tirando o direito de seus descendentes. Dessa forma, Dom Pedro Henrique, o filho mais velho de Dom Luis, seria o sucessor de direito.

Segundo Maria Elizabeth de Orleans e Bragança, neta de Dom Pedro Henrique, se houvesse monarquia atualmente no Brasil, o trono seria dado ao filho mais velho dos doze filhos de Dom Pedro Henrique, que faleceu em 1982. Maria Elizabeth explicou que, na época da instauração da república no Brasil, os descendentes de Dom Luis, por serem considerados os herdeiros legítimos, foram exilados e acabaram se fixando posteriormente em Vassouras, na Região Centro-Sul Fluminense, enquanto os descendentes de Dom Pedro de Orleans e Bragança, Príncipe do Grão Pará, não precisaram sofrer o exílio.

D.Pedro Gastão era sócio honorário do Colégio Brasileiro de Genealogia (http://www.cbg.org.br/)


Do Globo on line/Da Redação do AI

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