A Comissão de Direitos Humanos do Senado brasileiro investigará a participação do Brasil na chamada Operação Condor, a coordenação repressiva das ditaduras sul-americanas nos anos 70 e 80. O anúncio foi feito pelo senador Cristovam Buarque, que pediu uma audiência pública para ouvir o testemunho do general da reserva Agnaldo del Nero Augusto, que revelou que deteve militantes estrangeiros a pedido das ditaduras dos países vizinhos.
“Quero que o general diga isso perante o Senado. Está dizendo que pessoas foram entregues à morte. (...) Acabo de ver a história de um caminhão que era lotado com judeus na Alemanha e que funcionava como uma câmara de gás. O motorista afirmava que ele só dirigia o veículo”, afirmou Buarque, do Partido Democrático Trabalhista (PDT, de centro-esquerda). O general Del Nero, que integrou a Agência de Informações do Estado Maior do Exército nos anos 70, disse ao jornal O Estado de São Paulo de domingo (30 de dezembro) que os militantes contra as ditaduras de países vizinhos só eram presos no Brasil. “Nós não matávamos. Os prendíamos e entregávamos. Isso não é um crime”, comentou o general Del Nero.
O debate sobre a participação da ditadura brasileira (1964-1985) na Operação Condor ressurgiu na semana passada com o pedido da justiça italiana da prisão de 13 brasileiros, acusados da detenção e morte de dois cidadãos ítalo-argentinos em 1980.
Da Ansa
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