O líder da União de Democratas Cristãos e de Centro (UDC), Pier Ferdinando Casini, considerado peça chave para resolver a atual crise no Governo, manteve hoje sua ambigüidade ao se declarar a favor de uma reforma do sistema eleitoral, mas com a condição de que exista um Executivo interino de amplo consenso.Casini expôs sua opinião ao presidente do Senado, Franco Marini, que manteve as consultas encomendadas pelo presidente italiano, Giorgio Napolitano, para saber se existe a possibilidade de reformar a lei eleitoral e formar um Governo institucional que a aprove. "A UDC confirma seu consenso sobre uma lei eleitoral (...), mas não está disposta, de forma alguma, a sustentar um Governo com forças de centro-esquerda. Os "infiés" (em relação ao partido), o que seríamos se o fizéssemos, são o câncer da democracia italiana", disse Casini após a reunião.
Sua afirmação abre espaço para o ex-primeiro-ministro, Silvio Berlusconi, que se reunirá na terça-feira com Marini e que até agora se negou categoricamente à reforma de uma lei eleitoral, à qual acusou de gerar grande instabilidade aos Governos. Berlusconi, e seus aliados de direita e extrema direita, pressionam a favor de eleições antecipadas, convencidos de que as ganharão.Segundo uma pesquisa publicada pelo semanário "L'Espresso", a aliança de Berlusconi obteria 58%, enquanto a de centro-esquerda ficaria com 42%. O ex-premiê, no entanto, enfrenta neste momento uma grande pressão vinda, além de partidos, também de entidades patronais e dos sindicatos.
A margem de manobra de Marini se abriu um pouco hoje, já que o Partido Democrata exige que, caso não se decida pela reforma eleitoral, seja realizado o plebiscito sobre o assunto, programado para abril, e a ser celebrado por todas as forças políticas. Marini disse que foram as forças sociais as que entraram em contato para que fossem ouvidas.Por esse motivo, fez uma chamada ao "Forza Italia" ao afirmar: "Eu acho que um partido tão tradicional não pode descuidar de suas orientações em totalidade."
Da EFE
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