O presidente italiano Giorgio Napolitano defendeu nesta segunda-feira que o Tratado Europeu de Lisboa deve ser ratificado pela Itália, mesmo com o Parlamento dissolvido. As Câmaras Italianas foram dissolvidas em 6 de fevereiro devido à grave crise política desencadeada pela renúncia do chefe de governo, Romano Prodi. As eleições antecipadas acontecerão nos dias 13 e 14 de abril. "A Itália deve fazer a sua parte, o que inclui principalmente a ratificação do Tratado, inclusive nesta fase eleitoral", disse Napolitano na Universidade de Trento, nordeste da Itália.
Durante o seu Lecto Magistralis, o presidente reiterou a imprescindibilidade da entrada em vigor do Tratado de Lisboa no próximo ano, antes das eleições do Parlamento de Estrasburgo. "Nesse contexto é indispensável que todo Estado-membro assuma suas responsabilidades e compromissos: o tempo corre, não podemos vacilar", disse. Napolitano acabou fazendo uma referência implícita a países como a Grã-Bretanha que, em relação ao tratado anterior, não chegaram a convocar um referendo de ratificação. Durante o discurso, Napolitano sentiu um pequeno mal-estar. Segundo revelou o chefe de Estado aos seus colaboradores, a causa da indisposição deveu-se à toga de professor honorário que usou durante a cerimônia. "A culpa toda foi dessa túnica negra que apertava o meu pescoço. Tive uma queda de pressão", explicou Napolitano, que acabou interrompendo o discurso para tirar a toga e se recuperar, antes de prosseguir.
Da Ansa
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