sábado, 3 de maio de 2008

Líbia é contra nomeação de ultradireitista no governo italiano


Saif El Islam, filho do chefe de Estado líbio Muammar Kadafi, disse ontem que haverá "repercussões catastróficas" nas relações entre a Líbia e a Itália, caso se confirme a nomeação do ultradireitista Roberto Calderoli como ministro do novo governo de Silvio Berlusconi. Calderoli, um dos dirigentes da Liga Norte (partido italiano de cunho xenófobo e separatista, aliado de Berlusconi), tornou-se conhecido no mundo árabe por suas fortes críticas ao Islã. Em fevereiro de 2006, o político italiano ganhou os noticiários do mundo ao ser gravado em um programa televisivo vestindo uma camiseta com uma das polêmicas vinhetas sobre o profeta Maomé (publicadas pela imprensa dinamarquesa). A atitude de Calderoli rendeu-lhe uma demissão forçada do cargo que ocupava no governo de então (também de Berlusconi).

A agência de notícias Jana, da Líbia, afirmou que Calderoli "é o verdadeiro assassino" dos 11 manifestantes que morreram em confronto com a polícia, durante um protesto em frente ao consulado italiano de Benghazi (nordeste do país). A manifestação foi desatada pelas provocações do dirigente ultradireitista na televisão italiana. Contudo, a posição proclamada pelo filho do coronel Muammar Kadafi (no poder desde 1969) foi recebida com indiferença por Calderoli e com crítica pelas demais forças políticas da Itália. Tanto governistas como opositores do recém-eleito Berlusconi denunciam o intrometimento da Líbia na política interna italiana. Segundo as previsões da imprensa do país, Calderoli ganhará novamente a chefia do ministério das Reformas, o mesmo que liderava quando explodiu a polêmica das vinhetas de Maomé.

Com informações da Ansa/La Repubblica

Nenhum comentário: