quinta-feira, 22 de maio de 2008

Presídio da Itália vira restaurante e detentos 'atacam' de garçom

Presidiário tira pratos de mesas em restaurante que funciona dentro de prisão federal, em Volterra

Eles cozinham e servem até cem clientes por noite, na detenção. Clientes têm as bolsas confiscadas e só podem usar talheres de plástico.

Os clientes que fazem reserva nesse restaurante terão suas fichas criminais checadas, antes que sejam autorizados a freqüentar o local. Quando chegam ao estabelecimento, suas bolsas e telefones celulares são confiscados e eles passam por um detector de metal. Para comer, somente talheres de plástico. O restaurante pouco usual fica em Volterra, na Itália, mais exatamente dentro da prisão de alta segurança Fortezza Medicea. O estabelecimento não abre todas as noites, apenas algumas por ano, e parte do dinheiro arrecadado vai para caridade. A iniciativa teve início em 2006 e, desde então, passou a transformar detentos em cozinheiros e em garçons -- na ocasião eles, usam roupas apropriadas para servir os clientes em um salão arrumado, que em nada lembra uma prisão. O jantar servido para até cem pessoas custa individualmente 35 euros, ou cerca de R$ 58.

A equipe conta com 30 cozinheiros, ajudantes de cozinha, garçons e sommeliers que foram cuidadosamente selecionados. Há 150 detentos em Fortezza Medicea e aqueles acusados de crimes associados à máfia, tráfico de drogas e seqüestro não podem participar da iniciativa. Os funcionários da cozinha precisam pedir permissão para um guarda quando querem usar facas. Além disso, todos os detentos são vigiados de perto por carcereiros.

Não é apenas uma distração. É mais do que isso”, afirma o detento Arena Aniello, preso desde 1993 sob acusação de homicídio. “A vida na prisão é como uma máquina de fazer cópias. Você deixa sua cela, trabalho, faz exercícios físicos. Todo dia é igual. Por isso, essa oportunidade é incrível”, continua. A iniciativa é uma das muitas na Itália que tem como objetivo ensinar algumas atividades profissionais a detentos. Mulheres presas em Milão, por exemplo, aprendem a costurar.

Da Reuters

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