Uma agência de turismo oferece, dentro do pacote de passeio pela favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio, um bate-papo com traficantes armados, revelou o jornal Folha de São Paulo. De acordo com a reportagem, durante o tour o guia informa que os turistas "vão dar de cara com os "soldados" armados".
No começo do passeio, o agente de turismo localiza um "soldado do tráfico" que vem conversar com os visitantes e conta, inclusive, que já passou 9 anos e 8 meses preso, informou o jornal. Durante o trajeto, turistas passam por vários homens munidos de radiotransmissores e armas. Numa das partes mais movimentadas da favela, rapazes aparentando ter 15 anos fumam cigarros de maconha, relata o jornal. Eles são chamados de "aviõezinhos" do tráfico e vendem no local papelotes de várias drogas. A visita pela boca-de-fumo também está incluída no pacote. A Folha de São Paulo afirma ainda que o passeio custa R$90 e dura quatro horas. O agente de turismo mostra marcas de balas nas paredes dos barracos e nos telhados de zinco que cobrem parte dos becos. Durante a visita, um "soldado" com uma submetralhadora que fazia vigilância teria se deixado fotografar, mas conferiu na máquina digital para garantir que seu rosto não aparecesse nas imagens.
Ainda de acordo com o jornal, o secretário nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestreri, vê no caso "apologia ao crime" e "glamourização da atividade criminosa".
A assessoria de imprensa da Secretaria estadual de Segurança Pública informou ao G1 que o caso será encaminhado à Delegacia de Atendimento ao Turista (Deat) que vai tomar conhecimento sobre a reportagem e investigar se há possíveis irregularidades.
Do Globo on line
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