ROMA (ANSA) - Para os 9 milhões de clientes que, a cada mês, procuram o mercado da prostituição italiana nas ruas, boates noturnas ou casas especializadas, a escolha é ampla e variada: mulheres de 60 países distintos, exploradas não mais por cafetões e máfias locais, e sim pelas redes internacionais de tráfico humano.
O novo cenário da prostituição e exploração sexual na Itália foi traçado por Don Luigi Ciotti, do grupo Abele, que conta como "mudou a época e o contexto, mas as histórias se repetem". E as brasileiras continuam presentes. Segundo a Organização Internacional de Migrações (IOM), instituição ligada à ONU, há quase 75 mil prostitutas brasileiras trabalhando hoje na Europa. E um dos principais destinos é a Itália.
"Hoje, o que era um negócio local se transformou em um mercado, e a propriedade dos corpos está nas mãos dos cartéis criminosos -- as máfias internacionais --, grupos aos quais a máfia italiana abriu espaço depois de descobrir o lucrativo comércio de drogas", explica Ciotti.
Segundo suas pesquisas, a prostituição é gerenciada pelos mesmos traficantes internacionais que organizam o tráfico de seres humanos e que submetem as prostitutas a regimes de semi-escravidão, cercados de violência física e psicológica. Os traficantes são principalmente de origem leste-européia, balcânica e nigeriana.
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