Tarso Genro
Roma, 22 jan, Ansa - A decisão do governo brasileiro de não conceder a extradição de Cesare Battisti e de considerá-lo refugiado político são como "uma cuspida na cara", afirmou o procurador da Corte de Cassação italiana, Severino Santiapiachi. Em uma entrevista publicada nesta quinta-feira pelo jornal Il Messaggero, Santiapiachi condenou a decisão do Brasil, declarando que esta é "ofensiva às instituições italianas e carente de fundamentos". O caso vai "além do limite da decência", enfatizou. O magistrado italiano também pediu que as autoridades de seu país "recorram por meio de todas as vias legais" e "todas as previstas pelo sistema judiciário do Brasil" para obter a extradição de Battisti. Ontem, o chanceler italiano, Franco Frattini, anunciou que o governo está "avaliando a conveniência de chamar a Roma para consultas o embaixador da Itália no Brasil, Michele Valensise". Poucas horas antes, o ministro das Relações com o Parlamento, Elio Vito, havia afirmado na Câmara dos Deputados que o governo de Silvio Berlusconi estava estudando a utilizar "todos os recursos possíveis", incluindo um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para obter a extradição do ex-militante de extrema-esquerda. Cesare Battisti, ex-ativista do grupo de extrema-esquerda Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), é condenado na Itália por quatro assassinatos que teriam sido cometidos na década de 1970. O ex-militante foi preso no Rio de Janeiro em 2007, quando pediu às autoridades políticas que concedessem a ele status de refugiado político, sob o argumento de que se voltasse à Itália seria perseguido. O pedido foi aceito no último dia 13 pelo ministro da Justiça, Tarso Genro.
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