Roma/São Paulo, Reuters - A Itália convocou o seu embaixador no Brasil, em mais um episódio envolvendo a recusa brasileira em extraditar Cesare Battisti, condenado por participar de ataques guerrilheiros na Itália nos anos 1970, informou o Ministério das Relações Exteriores italiano.Roma disse que está respondendo à "grave decisão" tomada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na semana passada de conceder a Battisti o status de refugiado político. Por meio de sua assessoria de imprensa, o Itamaraty informou que não comentará o que chamou de "uma decisão do governo italiano", dizendo que a convocação de um embaixador para consultas é uma "prática comum na diplomacia"."Isso diz respeito ao governo italiano", disse um assessor do Itamaraty à Reuters por telefone. "Nós também fizemos isso recentemente no caso do Equador", lembrou.Em novembro do ano passado, o embaixador brasileiro em Quito foi convocado para consultas após o governo equatoriano ameaçar não pagar uma parcela de uma dívida com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).Na ocasião, ao comentar a decisão de chamar o embaixador no Equador, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse a jornalistas: "Quem conhece as práticas diplomáticas sabe exatamente o que isso significa", dando o tom de gravidade do episódio.A crise entre os dois países sul-americanos acabou sendo resolvida após o Equador decidir pagar a parcela da dívida com o BNDES.
Primeira-dama francesa
A disputa sobre a concessão de refúgio a Battisti envolveu até a primeira-dama francesa, Carla Bruni, acusada por uma associação de vítimas italianas de influenciar a decisão de Lula durante sua visita ao Brasil, em dezembro.Nascida na Itália, Bruni apareceu na televisão italiana no domingo e negou as acusações. No ano passado, ela também foi criticada em seu país natal por apoiar o exílio de um guerrilheiro italiano na França, cuja extradição para a Itália foi negada por Paris.Battisti, 54, fugiu de uma prisão italiana em 1981 e morou durante anos na França, mas fugiu novamente quando Paris aprovou a sua extradição, em 2006, e foi preso quando estava foragido no Brasil.Ele pode pegar prisão perpétua na Itália em quatro acusações de homicídios, todos cometidos nos anos 1970. Naquela época, Battisti pertencia a um grupo guerrilheiro chamado "Proletários Armados pelo Comunismo".
A disputa sobre a concessão de refúgio a Battisti envolveu até a primeira-dama francesa, Carla Bruni, acusada por uma associação de vítimas italianas de influenciar a decisão de Lula durante sua visita ao Brasil, em dezembro.Nascida na Itália, Bruni apareceu na televisão italiana no domingo e negou as acusações. No ano passado, ela também foi criticada em seu país natal por apoiar o exílio de um guerrilheiro italiano na França, cuja extradição para a Itália foi negada por Paris.Battisti, 54, fugiu de uma prisão italiana em 1981 e morou durante anos na França, mas fugiu novamente quando Paris aprovou a sua extradição, em 2006, e foi preso quando estava foragido no Brasil.Ele pode pegar prisão perpétua na Itália em quatro acusações de homicídios, todos cometidos nos anos 1970. Naquela época, Battisti pertencia a um grupo guerrilheiro chamado "Proletários Armados pelo Comunismo".
(Reportagem de Massimiliano DiGiorgio, em Roma, e Eduardo Simões, em São Paulo)
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