O governo da Itália deu sinais de que não acredita mais em solução política para a crise com o Brasil por conta do refúgio concedido ao extremista Cesare Battisti, mas indicou que empreenderá todo esforço possível, no âmbito do Judiciário, para reverter a decisão do ministro da Justiça, Tarso Genro. Em nota oficial, o Ministério das Relações Exteriores italiano confirmou a ordem para que o advogado que representa o governo do país "percorra todas as opções do ordenamento jurídico do Brasil que possam conduzir ao objetivo de obter a extradição de Battisti".
Ontem, o embaixador da Itália no Brasil, Michele Valensise, reuniu-se pela primeira vez com o ministro das Relações Exteriores, Franco Frattini, para prestar esclarecimentos sobre as conversações diplomáticas bilaterais. Valensise foi chamado de volta ao país "para consultas" na terça-feira, em um sinal claro da turbulência nas relações entre os dois países. Em Roma, o embaixador se encontrou no Palácio da Farnesina com a cúpula do Ministério das Relações Exteriores para esclarecer as chances de reversão da decisão de Tarso, que recusou o pedido de extradição de Battisti. Ao término da reunião, Frattini não falou à imprensa.Mais cedo, em entrevista a uma emissora de rádio italiana, Frattini reforçou a intenção de lutar pela extradição. "O Brasil é um país amigo da Itália e continuará sendo, mas sua atitude neste caso não é aceitável. Iremos até o fim para defender os interesses do governo italiano."
O Estado de S. Paulo
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