Lampedusa, 27 jan, Ansa - Cerca de 2 mil pessoas participaram nesta terça-feira, em Lampedusa (ilha ao sul da Itália), de uma manifestação contra a imigração ilegal e contra a abertura de um novo Centro de Identificação e Expulsão (CIE) para imigrantes ilegais. Os manifestantes, liderados pelo prefeito da cidade, Bernardino De Rubeis, fizeram uma passeata que terminou no porto de Lampedusa, onde foram feitas homenagens aos imigrantes ilegais que morreram enquanto tentavam chegar à Europa e aos pescadores de Lampedusa que perderam a vida no mar. O pároco da ilha, Stefano Nastasi, lançou uma coroa de flores ao mar, dizendo: "estamos unidos pela mesma dor, que é universal e não tem cor". Os habitantes de Lampedusa, depois da manifestação, se dirigiram à "Porta da Acolhida", monumento inaugurado meses atrás que simboliza a hospitalidade aos imigrantes. A manifestação foi convocada pelas autoridades locais, que anunciaram para esta terça-feira uma greve geral de 12 horas à qual aderiram os habitantes da ilha. Todas as lojas fecharam e os serviços públicos não funcionaram. Os protestos em Lampedusa são uma clara reprovação da população local à política adotada desde dezembro pelo ministro do Interior da Itália, Roberto Maroni. O representante do governo decidiu que nenhum imigrante ilegal detido na ilha será transferido a centros em outras partes da Itália. A intenção de Maroni era repatriar os imigrantes diretamente de Lampedusa. Contudo, isso fez com que o Centro de Primeira Recepção da ilha enfrentasse um problema de superlotação, devido às constantes chegadas de imigrantes e ao lento processo de expulsão dos clandestinos para seus países de origem. O ministro anunciou então a criação de um novo Centro de Identificação e Expulsão em Lampedusa, na antiga base naval Loran. A decisão gerou protestos entre os habitantes de Lampedusa, que foram às ruas no último fim de semana. Os moradores contaram com o apoio de alguns imigrantes ilegais que fugiram do centro de imigração e se uniram às manifestações. Apesar disso, Maroni não voltou atrás, reiterando que o novo centro será aberto. "Eu não paro, (os imigrantes) continuarão em Lampedusa até a repatriação", garantiu o ministro em entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera. Ele acusou a oposição de incentivar a fuga. Principal porta de entrada de imigrantes clandestinos vindos da África, Lampedusa possui um centro com capacidade para receber 800 pessoas. Na semana passada, porém, o local abrigava 1.800 imigrantes. Nesta terça-feira, Maroni, se reunirá com o presidente da Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali, para negociar a repatriação de 1.200 imigrantes que estão abrigados no Centro de Primeira Recepção de Lampedusa, conforme anunciou o primeiro-ministro Silvio Berlusconi. A repatriação será feita no âmbito dos acordos assinados entre os dois países em 1998 e reforçados em 2003. A delegação italiana se reúne hoje com autoridades tunisianas para determinar os detalhes técnicos da operação de repatriação.
Um comentário:
Sra Leila Ossola vivo em Miami vejo o Globo reporter que Brasil hoje precisa de milhares de pessoas para trabalhar na cidade de ITABORAI, RJ, voce conhece de imigracao seria possivel ajudar os refugiados da Tunisia que estao em Lampedusa sao jovens entre 20 e 30 anos e a Europa tambem esta problematica> Teria como ajuda-los.
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