O ministro italiano da Saúde, Maurizio Sacconi, confirmou que Eluana Englaro, a mulher que estava em estado vegetativo desde que sofreu um acidente em 1992, morreu na noite desta segunda-feira (9) em uma clínica na cidade de Udine. A morte teria ocorrido às 20h10 locais (17h10 de Brasília).
Sacconi deu a notícia da morte de Eluana aos senadores durante reunião de urgência de senadores, que discutia a aprovação de uma lei que iria barrar a morte assistida. Os senadores fizeram um minuto de silêncio.
Sacconi deu a notícia da morte de Eluana aos senadores durante reunião de urgência de senadores, que discutia a aprovação de uma lei que iria barrar a morte assistida. Os senadores fizeram um minuto de silêncio.
Em seguida, o presidente do Senado expressou sua solidariedade a Giuseppe e disse que "este é um momento de reflexão no qual todos, a começar pelos políticos, devem pensar sobre o direito à vida e à morte". Já o vice-líder da ala conservadora do Senado, Caetano Quagriello, tomou o microfone e disse que "Eluana não morreu, mas foi assassinada". Em resposta, a senadora Ana Finnochiaro, do Partido Democrata, acusou os conservadores de estarem "fazendo o enésimo ato de carniça política sobre a morte de Eluana".
O caso Eluana provocou uma polêmica sobre a eutanásia na Itália, com a mobilização de grupos ligados à Igreja Católica e contrários à prática, e abriu uma crise entre o premiê Silvio Berlusconi (contrário à eutanásia) e o presidente Giorgio Napolitano.
Eluana estava havia três dias sem receber comida e hidratação. A família recebeu autorização para interromper sua vida depois de dez anos de disputa judicial.
Eluana estava internada desde 2 de fevereiro na clínica La Quiete de Udine, no nordeste da Itália, depois de ter sido transferida de Lecco, próximo a Milão.A equipe médica havia previsto um protocolo que começava com a redução de 50% dos elementos nutrientes que eram fornecidos para mantê-la com vida, segundo o neurologista Carlo Alberto De Fanti. Mas o processo foi acelerado depois das tentativas do premiê Berlusconi para barrar o processo.A família de Eluana ganhou o direito de deixá-la morrer depois de 17 anos de estado vegetativo. Ela estava em coma desde que sofreu um acidente de carro em 1992.
Em 21 de janeiro, um tribunal de Milão derrubou uma decisão de autoridades regionais que impedia os hospitais da região de cooperar com o fim da vida de Eluana. Isso encerrou a batalha judicial de dez anos travada pelo pai de Eluana, Beppino.
O pai de Eluana teria sido avisado da morte pelo anestesista Amato de Monte, segundo a agência EFE. Ao saber da notícia, ele não fez comentários e disse que queria ficar só.
Repercussão
O premiê Silvio Berlusconi disse ter recebido com "profunda dor" a notícia da morte de Eluana. "É muito triste que tenha sido impossível uma ação do governo para salvar uma vida", disse.
O cardeal Javier Lozano Barragán, presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde da Santa Sé, disse à imprensa italiana: "Que o Senhor a acolha e perdoe aos que a levaram até aqui."
Globo on line com agências internacionais
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