sábado, 28 de março de 2009

Indústria italiana registra os piores números desde 1991

A indústria italiana registrou em janeiro os piores índices de arrecadação desde 1991, informou nesta sexta-feira o Instituto Italiano de Estatísticas (Istat). O Istat revelou que a arrecadação da indústria caiu 19,9% em relação ao ano anterior e 2,1% em relação a dezembro de 2008. Por outro lado, as encomendas caíram 31,3% se comparadas ao mesmo mês do ano anterior. As maiores quedas ocorreram na indústria automobilística, que sofreu um tombo de 47,4% na arrecadação e viu as encomendas diminuírem em 35,8%. A queda de pedidos no setor, um dos mais vulneráveis à crise, pode ser dividida entre encomendas nacionais (29,3%) e estrangeiras (43%). A esse cenário negativo, se soma o aumento do desemprego que, segundo anunciou ontem (26) a Confederação Geral da Indústria Italiana (Confindustria), representará a perda de 507 mil empregos até 2010, o que significa que a taxa de desemprego chegará a 9%. A Confindustria garantiu que, até meados de 2010 haverá cerca de 360 mil trabalhadores no "seguro-desemprego", dispositivo este que garante o pagamento parcial do salário aos trabalhadores não demitidos, por problemas empresariais. O Istat confirmou há 15 dias que o PIB italiano caiu 1% em 2008, configurando a maior redução desde 1975; e que isso teria efeitos sobre os resultados dos próximos anos. Para o conselheiro delegado do Banco Intesa San Paolo, Corrado Passera, a crise econômica mundial "está relacionada com a falta de regras". O banqueiro destacou que as tais regras, que "deveriam ser criadas pelos políticos", se referem ao controle do endividamento excessivo, à especulação excessiva e aos passivos fora do orçamento. "São trivialidades, coisas que, querendo, se fazem em um dia", comentou Passera, que indicou que "estas três regras teriam sido suficientes para evitar o desastre" causado pela economia norte-americana.
Ansa

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