sexta-feira, 24 de abril de 2009

€ 8 bilhões para o Abruzzo


O governo italiano, na reunião do Conselho de Ministros em L'Aquila, aprovou ontem um decreto-lei para destinar recursos às áreas atingidas pelo terremoto no Abruzzo. Segundo fontes do governo, a medida disponibiliza para a região € 8 bilhões, dos quais € 1,5 bilhão para fazer frente à emergência e € 6,5 bilhões para a reconstrução. O ministro da Economia, Giulio Tremonti, explicou que a medida também prevê a disponibilização de € 150 mil para quem deve reconstruir a própria casa e € 80 mil para quem só precisa reformá-la. O ministro acrescentou que, caso se precise de mais recursos, o governo obterá esse dinheiro "com medidas de combate à sonegação de impostos". Tremonti negou que o governo italiano planeje aumentar os impostos para financiar a reconstrução da região atingida pelo terremoto e afirmou que só é preciso "manobrar" os recursos públicos. O terremoto do último dia 6, que devastou a província de L'Aquila, no Abruzzo, deixou pelo menos 294 mortos, centenas de feridos e milhares de desabrigados.

A reunião do Conselho de Ministros também aprovou a decisão de transferir a próxima cúpula do G8 para L'Aquila, mas Silvio Berlusconi frisou que, para dar seguimento à decisão, será necessária a aprovação dos demais países participantes (Estados Unidos, Rússia, Alemanha, Japão, França, Canadá e Grã-Bretanha). "Qual sede é mais apropriada do que uma terra ferida por um terremoto?", questionou Berlusconi, lembrando que, entre os temas que serão discutidos no G8, está a prevenção de desastres naturais. Antes do anúncio, a reunião de cúpula do grupo, sob a presidência italiana, estava marcada para julho em La Maddalena, na ilha italiana da Sardenha. Em entrevista coletiva em L'Aquila, o premier italiano explicou que a mudança garantirá uma economia de € 220 milhões, além de 'evitar' os protestos que habitualmente acompanham as reuniões do G8. "Não acredito que os grupos antiglobalização tenham vontade de vir aqui se manifestar de maneira dura", observou. Segundo o premier, o local perfeito para hospedar a reunião é o quartel da Guarda de Finanças, um dos poucos edifícios em pé após o terremoto que devastou a região. Por outro lado, a deputada do Partido Democrata (PD, oposição), Amalia Achirru, criticou a decisão anunciada pelo premier, definindo-a como "uma insensatez". "Houve investimentos, há obras inacabadas e milhares de operários de empresas numerosas que ainda estão trabalhando. O que eles vão fazer agora?", questionou a deputada.

Da Ansa

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