As eleições europeias em Itália ameaçam tornar-se apenas num referendo à popularidade do primeiro-ministro Silvio Berlusconi. Distante dos escândalos relacionados com a sua vida pessoal, o chefe de governo afirmou hoje numa entrevista que quer que o seu novo partido, o Povo da Liberdade, se torne na principal formação entre os Populares Europeus no parlamento de Estrasburgo.
Para o especialista americano em temas italianos, James Walston, “Berlusconi quer transformar as europeias num plebiscito ao seu governo. É por isso que decidiu ser cabeça de lista em todo o país. Quer poder dizer à Itália e à União Europeia que é o homem político mais popular da Europa”.
Na lista pró-governamental que reúne também a direita xenófoba da Liga Norte, o apoio a Berlusconi e a luta contra a imigração são os únicos argumentos de campanha. A esquerda do Partido Democrático de Dario Franceschini foi ontem acusada mesmo de ser um partido dos imigrantes, depois de recusar as recentes medidas aprovadas pelo governo. A uma semana do sufrágio e com as várias sondagens a contradizerem-se, algumas formações como os centristas da UDC apostam em personalidades, como o herdeiro da casa de Sabóia, Emanuelle Filiberto di Savoia.
“Eu viajei muito e sei que infelizmente a Itália nunca foi levada a sério na arena política. E é uma pena porque é um grande país que merece muito melhor”, afirma o candidato.
Como noutros países, a oposição apresenta-se fragmentada em várias listas, face a uma direita unida sob Berlusconi.
No dia 7 os italianos vão ter assim de decidir nas urnas se voltam a dar prioridade ao Cavalieri, mesmo que siga em contramão. O candidato e primeiro-ministro afirmou que não vai demitir-se do governo caso seja eleito.
Euronews.pt
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