quarta-feira, 29 de julho de 2009

Felipe França leva a medalha de prata nos 50m peito e desaba em choro no pódio


Felipe França não aguenta a emoção após conquistar a medalha de prata nos 50m peito, em Roma

Dos brasileiros que dão suas braçadas em Roma, Felipe França talvez tenha o temperamento mais fechado. O paulista de 22 anos é um homem de poucas palavras e raras manifestações de emoção. Até a hora de subir no pódio. Ao receber a medalha de prata dos 50m peito nesta quinta-feira, Felipe desabou. Literalmente. De joelhos no palanque, chorou copiosamente. Estava quebrado um jejum de 15 anos sem medalhas para a natação brasileira em Mundiais.
Na final da prova, mais uma vez o sul-africano estava no meio do caminho. A exemplo do que tinha acontecido nas semifinais, Felipe não conseguiu superar Cameron Van Der Burgh, que levou o ouro e bateu novamente o recorde mundial, com 26s67. Ainda assim, a prata do brasileiro, com 26s76, tem sabor de vitória e marca a primeira vez em que a bandeira do país aparece em uma cerimônia de premiação na piscina do Foro Itálico.

O bronze ficou com Mark Gangloff, dos Estados Unidos, com 26s86. O brasileiro João Júnior terminou em oitavo lugar, com o tempo de 27s31. O Brasil soma duas medalhas no Mundial – a outra foi em mar aberto, o bronze histórico de Poliana Okimoto na maratona aquática.

Estou muito satisfeito com a prata, mas ainda quero o ouro (Felipe França)"

- Foi difícil chegar à prata, mas foi muito bom, agradeço a Deus. Fui o primeiro a ganhar medalha depois de 15 anos, fico muito honrado e agradeço a todos que me ajudaram a chegar até aqui. Estou muito satisfeito com a prata, mas ainda quero o ouro – afirmou Felipe, que mais uma vez usou a touca branca com o nome de César Cielo.

Quase uma hora depois, o brasileiro subiu no pódio para a cerimônia de premiação, e aí não deu mais para segurar as lágrimas. Chorando sem parar, Felipe se ajoelhou após receber a medalha, enquanto amigos e parentes vibravam na arquibancada. Na hora da foto oficial, mais calmo, ele já tinha trocado o choro pelo sorriso.
As lágrimas de Felipe eram também as de Ari Soares, técnico de nado peito da seleção brasileira, que chorava ao abraçar o pupilo logo após a prova. - Essa medalha não foi feita da noite para o dia, e sim desde 2004. O nado de peito era o calcanhar de Aquiles, mas só não batemos na frente hoje porque o Cameron é um grande nadador, um pouco mais experiente que o Felipe - afirmou Ari.

Já João Júnior, oitavo colocado, saiu da piscina contrariado com seu desempenho na prova.

- Eu marquei bobeira e perdi. A todo mundo que confiou no meu trabalho, peço desculpas, mas é assim: você marca bobeira e está fora – explicou João.
Lydia Gismondi
Direto de Roma
GloboEsporte.com

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