Of. 16B/09
Amigos Taliani e Italianos
Serafina Corrêa, 13 de Julho de 2009.
Caros amigos
Passados 30 dias da perda do nosso Frei Rovílio Costa, estamos disponibilizando, graças ao trabalho de Solange Soccol, sua última entrevista. Programa La Você del Véneto – Rádio Odisséia FM de Serafina; http://www.youtube.com/ e buscar Rovílio Costa.
Amigos Taliani e Italianos
Serafina Corrêa, 13 de Julho de 2009.
Caros amigos
Passados 30 dias da perda do nosso Frei Rovílio Costa, estamos disponibilizando, graças ao trabalho de Solange Soccol, sua última entrevista. Programa La Você del Véneto – Rádio Odisséia FM de Serafina; http://www.youtube.com/ e buscar Rovílio Costa.
Também anexo pronunciamento que fiz como Vereador na Sessão Especial ao Frei realizada pela Câmara de Vereadores do Município.
Quanto ao relevante trabalho da EST Editora e do Frei Rovílio Costa, a FIBRA sugeriu ao Diretor Provincial dos Freis Capuchinos – Álvaro Morés, que as atividades devem ser continuadas com o Frei Arlindo Battistel, que sempre estava ao lado de Rovílio e do Frei Moacir Molon conhecedor da obra de Rovílio e pela sua experiência no Jornal Correio Riograndense.
Finalizamos, solicitando para que todos reinterem o pedido formulado pela FIBRA, enviando e-mail aos Freis, para continuidade do trabalho. Não esqueçam do anexo.
Frei Álvaro Mores: mores@ascap.org.br
Frei Moacir Molon: molon@ascap.org.br
Frei Arlindo Battistel: frei_arlindo@yahoo.com.br
Dr.Paulo Massolini , Presidente
SESSÃO ESPECIAL DA CÂMARA DE VEREADORES DE SERAFINA CORRÊA
29/06/2009
HOMENAGEM A ROVÍLIO COSTA
PRONUNCIAMENTO DO VEREADOR PAULO MASSOLINI
Frei Rovílio Costa era caçula dos sete filhos de Almicare e Maria Moretti Costa. Nasceu na comunidade de São Francisco de Veranópolis (RS) em 20/08/1934.
HOMENAGEM A ROVÍLIO COSTA
PRONUNCIAMENTO DO VEREADOR PAULO MASSOLINI
Frei Rovílio Costa era caçula dos sete filhos de Almicare e Maria Moretti Costa. Nasceu na comunidade de São Francisco de Veranópolis (RS) em 20/08/1934.
Quando pequeno vitimado por meningite permaneceu internado no hospital por três anos. Lá, observou a importância e o efeito tranqüilizante dos padres sobre os doentes e mesmo contra a vontade do Pai que dizia que quando havia trabalho os filhos de colonos deviam ficar em casa, Rovílio aos 11 anos (1946) ingressou no Seminário dos Capuchinhos de Veranópolis. Recebeu a ordem do diaconato em 1959 e foi ordenado sacerdote no dia 26/03/1960 por Don Candido Rampi. Recebeu o nome de Frei Cândido de Alfredo Chaves.
- Diplomado em Filosofia e Pedagogia com mestrado em Antropologia da Cultura, foi professor da Faculdade de Educação da UFRGS, diretor e professor da Escola Superior de Teologia São Lourenço de Brindes, de Porto Alegre. Atuou como Vigário Paroquial em Ipê, Antonio Prado, na Paróquia Sagrada Família de Porto Alegre e atualmente vigário da Igreja Maronita Nossa Senhora do Líbano de Porto Alegre. Foi fundador e diretor da EST Edições Escola Superior de Teologia, membro do Instituto histórico de São Leopoldo, membro da Academia Rio-Grandense de Letras e da Academia Brasileira de Jornalismo.
- No Estado teve destacada sua atuação na Penitenciária Estadual do Jacuí e no Presídio Central de Porto Alegre como coordenador de grupos, organizador de atividades sociais, religiosas e culturais.
- Foi patrono da 51° Feira do Livro de Porto Alegre ( a maior da America Latina), no ano comemorativo dos 130 anos da Imigração Italiana do Estado e que teve a Itália como pais homenageado.
Recebeu, entre outras, as seguintes distinções: Medalha Simões Lopes Neto, Amigo do Livro, Prêmio Literário Erico Veríssimo, Prêmio Ilha de Laytano, Mérito Talian e Mérito 130 anos da Imigração Italiana no Rio Grande do Sul. Pela FIBRA recebeu o título de cidadão de Porto Alegre (1986). É cidadão Italiano e foi agraciado pelo Governo Italiano como Cavvaliere Della Repubblica Italiana (1991) e pelo governo gaucho com a Comenda Negrinho do Pastoreio (1996).
Foi também patrono nas feiras do livro de Veranópolis e Carlos Barbosa (2008), Novo Hamburgo (2002), Bom Jesus (2002), Veranópolis (2003) e Personalidade da 49° Feira do Livro de Porto Alegre ( 2003). É patrono de bibliotecas publicas em São José do Ouro, Bento Gonçalves
( Hotel Dall’Onder) e Carazinho.
Autor de Psicologia da fraternidade religiosa, 1973; Sociopsicologia, 1973; Personalidade e ciência social, 1974; Primado da pessoa na vida cristã, 1974; Imigração Italiana no RS: vida, costumes e tradições, 1975; Antropologia visual da Imigração italiana, 1976; Descrições dos antecedentes da delinqüência juvenil em Porto Alegre, 1976; Delinqüência juvenil: antecedentes, 1976; Os italianos do RS, 1980; Assim vivem os italianos, 3 v., 1982; Práticas de comunicação, 1983; Imigração Italiana no RS: fontes históricas, 1988; Povoadores da Colônia Caxias, 1992; Colônia Caxias: origens, 1993; Colônias Italianas Dona Isabel e Conde d’Eu, 1991; Povoadores das Colônias Alfredo Chaves, Guaporé e Encantado, 1997; Os Capuchinhos do Rio Grande do Sul, 1996; Povoadores de Cotiporã, 2vs. 1998; Raízes de Veranópolis 1998; Far La Mèrica, 1991; Gli Italiani Del RS, 1987; La presenza italiana nella Storia e nella cultura del Brasile, 1990. Far la Mérica, entre outros.
No campo da informação oral, com resgate dos falares italianos do Rio Grande do Sul, destacam-se obras em Talian e Português: Duas Itálias, 2000; Histórias, estórias e poesias, 2003; Historia e estórias, 2001; Histórias, estórias e orações, 2003. Membro da Comissão que unificou a Grafia do Talian.
Articulista de jornais com Correio Riograndense ( Caxias do Sul), Estafeta e Panorama Regional ( Veranópolis), Jornal de Beltrão ( Francisco Beltrão), Revista Insieme (Curitiba), Revista Teocomunicação (PUCRS), Revista Altreitalie (Torino/Itália) com centenas de artigos em revistas e apresentações em livros. Como Professor da URGS fundou e dirigiu por 15 anos a Revista Educação e Realidade, que obteve vários destaques nacionais.
Mas a aventura de Rovílio Costa está na publicação de 2.600 edições, com 2.400 títulos, envolvendo mais de três mil autores de textos e/ou livros, desde 31 de janeiro de 1973, versando sobre famílias, municípios, imigração judaica, polonesa, italiana, alemã,açoriana e portuguesa, com destaque aos municípios originários Santo Antonio da Patrulha. Muitas obras em dialetos italianos e alemães, resgatando línguas originárias, e propiciando alicerces ao resgate de identidades étnico- culturais.
Há mais de uma década publica códices do Arquivo Publico do Estado, propiciando ferramenta primária a pesquisadores, historiadores e escritores, tendo publicado neste ano Povoadores da Colônia Guarani, Povoadores do Rio Grande do Sul: 1892; Povoadores do Rio Grande do Sul: 1857-62(alemães), estando em preparo os dois códices anteriores, de 1824 a 1856.
O destaque atual de Rovílio Costa está nas publicações dos códices da Imigração alemã e uma varredura da documentação sobre as raízes africanas, tendo já publicado Os Cativos e os homens de Bem, de Paulo Staudt Moreira, finalista do Prêmio Açorianos; História da Igreja Nossa Senhora do Rosário, da Comunidade negra de Porto Alegre; Resistência da mulher escrava, de Marilza Bittencourt; Os negros da revolução Farroupilha, de Moacyr Flores e ultimando a pesquisa do universo das alforrias do Estado que constituirá uma referência para os estudos da Escravidão no Estado, ao que se seguirão relação de habilidades, compras e vendas de Escravos, Ocorrências, Enfermidades, Óbitos e Funerais. Para isto havia reunido já um grande acervo de páginas documentais. Que culminariam com o Livro “ Cartas de Alforria”.
Rovílio é considerando o Frei das Letras, dos livros e da Imigração Italiana.
Rovílio, vitimado por enfarte miocárdio, morreu em 13/06/2009. Seu corpo esta sepultado jazigo dos Capuchinhos, voltado para o sol nascente e para o museu e biblioteca do convento São Lourenço de Brindes, no Bairro Paternon em Porto Alegre.
ALGUMAS MANIFESTAÇÕES:
Disse Frei Álvaro Mores, Provincial dos Capuchinhos: O seu legado vai permanecer, hoje talvez, não tenhamos a capacidade de avaliar o alcance que a obra dele tem. Talvez a próxima geração entenderá o valor do resgate cultural fruto de um intenso e dedicado trabalho.
Disse Mario Gardelin, historiador: Frei Rovílio era um homem de imensa espiritualidade, uma alma maravilhosa e um confessor muito aplaudido pela comunidade.
Disse Frei Aldo Colombo, diretor de redação do Correio Riograndense: ele é uma figura surpreendente, que tinha sempre 50 projetos pela frente. Não via dificuldades, ria das contrariedades e nada o assustava.
Disse o Padre Leomar Brustolin, pároco da catedral de Caxias: foi um religioso preocupado com as raízes culturais, sempre se preocupou que os textos fossem claros e úteis para a população. Foi uma das pessoas que uniu fé e cultura no Rio Grande do Sul.
Disse João Carneiro, presidente da Câmara Riograndense do Livro: Frei Rovílio era uma pessoa que apostava no conteúdo e não no apelo comercial da obra.
Disse Rosane Casara Parenti, mulher do ator Pedro Parenti: Ele amava o Nanetto Pipetta. Uma vez perguntaram para ele que Livro levaria junto se fosse para uma ilha, e ele disse que era o do Nanetto.
Disse Luiz Loronel, Pres. da Academia Riograndense de Letras: As iniciativas editorias do Frei Rovílio conseguiram recuperar lendas e fabulas da gente humilde da colônia italiana gaucha.
Disse Honório Tonial, escritor do Talian: El Talian perde el so Evangelista.
Disse Antonio Alberti, empresário italiano: Rovílio me fez descobrir o mundo italiano, recolhendo e organizando costumes, folclore, fábulas e até piadas garimpadas nos grotões da colônia.
Disse Julio Conte, diretor teatral: Rogelio tinha a capacidade de aglutinação, ele convivia com rabinos e pastores, praticava o preceito franciscano de generosidade.
Disse Ettore Beggiato, político do Vêneto: Tra pile di libri Che Dio solo as come che i fa a non cascar, tra on poça de polvere che no la da fastidio ma che la ze la a testimoniar noti e noti a studiar, a riciercar, a scrivere, tra el profumo de stanpa e inchiostro vien fora la grandezza de sto omo daí oci grandi e da la vose calma, profonda e che te ciapa.
Disse Leila Cosmann, historiadora: O sol te esconde. O silêncio se faz . Um vazio é sentido, o desamparo se instala. E agora? Como será nossa caminhada sem o mestre? Como menos luz talvez. Rovílio mais do que luz, foi um meteoro que passou na minha vida, encaminhado por Deus, para me mostrar à esperança, iluminar minhas escolhas e me sentir ao me observar próxima do Frei um ser humano melhor. E isso tudo, sem nunca tê-lo visto pessoalmente.
Disse Gianfrando Cavallin, pesquisador italiano: Rovílio Costa vero santo protettore della cultura veneta in Brasile chi si mèrita un monumento anche in Itália.
Disse Juremir Machado da Silva, escritor: Frei Rovílio Costa merece um bom lugar no outro mundo. Em todo caso, dá para afirmar com justiça que foi um bom e impecável Frei deste mundo.
Disse Yeda Crusius, Governadora do Estado: Fica a saudade, mas permanece também o grande o exemplo de vida que o religioso deixa a todos os gaúchos.
Disse Luis Alberto De Boni, escritor: Pessoa incomparável, dedicado totalmente às pessoas. Ajudava e não guardava magoas. Pessoa única entre os capuchinhos e no meio cultural.
Disse Urbano Zilles, Monsenhor: Era um homem de Deus, alegre, com dedicação sem medida, num mundo conturbado.
Disse Luis Antonio Assis Brasil, escritor: Era grande amigo. Quando nos encontrávamos , era como se reiniciássemos uma conversa.
Disse Antonio Hohlfeldt, ex governador e professor: O RS perde uma referência intelectual, a quem deu oportunidade a jovens escritores. Pessoalmente perdi um amigo, que editou o meu primeiro livro, Mudanças, em 1978.
Disse Paulo Massolini, presidente da FIBRA ( Federação das Associações Ítalo Brasileiras): Rovílio era o grande defensor do Talian a últimas das línguas neolatinas e a maior autoridade mundial sobre imigração italiana.
Disse Paulo Massolini: O corpo do Rovílio Costa está no jazigo dos Capuchinhos, sua alma está no céu e lamento que a ciência e a medicina, minha profissão, não tenham ainda a capacidade de preservar o cérebro.
Disse Paulo Massolini: “Frei Rovílio Costa era um homem e um religioso além do seu tempo”.
Disse Paulo Massolini: Frei Rovílio Costa era ícone do Talian e o homem da historia das imigrações no Rio Grande do Sul.
Disse Frei Rovílio Costa: Algumas poucas do Frei Rovílio; Humor é oração. Quem faz rir é como fazer rezar.
Disse Frei Rovílio Costa: Deixei de escrever meu grande livro, para ajudar a muitos escrever seu pequeno grande livro.
Disse Frei Rovílio Costa: Entrevista de 07/06/2009 ao programa La Voce Del Véneto- Rádio Odisséia de Serafina Corrêa, na semana que antecedeu sua morte: Se mi moro questa será mia ultima busia.
Paulo Massolini
Vereador
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