Um desabrigado do terremoto da cidade italiana de L'Aquila, Antonio Bernardini, entrou com o pedido de abrigo provisório em Villa Certosa, a casa de férias do primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, na Sardenha, ou no Palazzo Grazioli, a residência do premier em Roma. No dia 6 de abril deste ano, a região de Abruzzo, no centro da Itália, foi devastada por um abalo sísmico que deixou mais de duzentos mortos e cerca de 50 mil desabrigados. A capital L'Aquila foi uma das mais atingidas. Muitos dos sobreviventes ainda vivem em acampamentos montados pela Defesa Civil. Bernardini enviou seu pedido à Defesa Civil e à Prefeitura de L'Aquila, pois a sua casa, no centro histórico da cidade, está condenada e inabitável. No formulário de solicitação, na opção sobre o tipo de moradia provisória que a pessoa prefere, Bernardini acrescentou "se possível, Villa Certosa ou Palazzo Grazioli". "Não é uma provocação, mas um pedido legítimo baseado nas declarações do premier, que prometeu publicamente que hospedaria nas suas casas alguns desalojados dos terremotos", contou o cidadão à ANSA. O homem disse ainda que ele poderia ser útil ao governo italiano, dando "conselhos baseados na minha experiência de vítima, (que viveu) no primeiro momento no carro, depois na tenda e por fim em dois hotéis, além de ser um profundo conhecedor da cidade". Berlusconi prometeu publicamente, dois dias após o terremoto, que poderia oferecer algumas das suas residências particulares para as famílias de desabrigados. Bernardini era secretário-geral e economista do Consórcio de Pesquisas Aplicadas à Biotecnologia (Crab) da Itália, até ser demitido seis anos atrás. Ele aguarda uma decisão judicial sobre um processo trabalhista, que determinaria a sua readmissão e o pagamento retroativo dos salários e contribuições.
Ansa
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