O presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI), cardeal Angelo Bagnasco, pediu ontem, em visita à cidade italiana de L'Aquila, epicentro de um forte terremoto que atingiu o Abruzzo em abril passado, que "ao menos até o Natal todas as comunidades da região possam celebrar a missa na igreja". L'Aquila está sendo reconstruída depois de ter sido parcialmente destruída por um terremoto de 5,8º na escala de Richter em 6 de abril passado. O tremor deixou quase 300 mortos em toda a região do Abruzzo e mais de 50 mil desabrigados. Bagnasco está na região para visitar os canteiros de obra financiados com as contribuições da Caritas Italiana, organização de ajuda humanitária da Igreja Católica. Até agora, a entidade já disponibilizou cerca de € 30 milhões para reconstruir as cidades destruídas. O tesoureiro da CEI, Dom Giampetro Fasani, afirmou que metade das cerca de 800 igrejas da capital do Abruzzo precisa ser restaurada. "Parte das intervenções já foi projetada, mas ainda não foram completamente financiadas porque as contribuições para a reconstrução que chegam do exterior estão abaixo das expectativas", explicou. Fasani afirmou ainda que a Igreja instituiu uma coordenação entre a Caritas e a Defesa Civil para acelerar as obras para a época das festas do Natal. Já foi erguida uma nova sede da Cúria e a CEI espera que a catedral de L'Aquila seja rapidamente reconstruída. A Basílica de Collemaggio, que abriga as relíquias de Celestino V, também foi destruída pelo abalo sísmico. Bagnasco disse que a Caristas está dando prioridade a obras de urbanização primária: estruturas em favor de pessoas necessitadas, escolas, centros de coordenação e lugares de encontro, que visam a reconstrução do tecido social da comunidade. A Igreja também espera que surjam novas paróquias nas vilas que estão sendo reconstruídas pelo Estado. Amanhã à tarde (15) o premier italiano Silvio Berlusconi estará na cidade de Onna para a cerimônia de inauguração da primeira delas. O município, com pouco mais de 300 habitantes, foi quase totalmente destruído. "Planejaremos a construção de novas igrejas quando soubermos como serão estas vilas", pontuou o arcebispo de L'Aquila, Dom Giuseppe Molinari. "O importante é que todos tenham suas casas". Para o presidente da CEI, o clima da região é positivo, especialmente no que diz respeito ao espírito dos moradores. "Apesar da situação, são visíveis os sinais de recuperação e a reconstrução graças à Caritas e a outras instituições envolvidas", comentou. "O que mais importa para a Igreja é que as pessoas possam finalmente consolidar sua adesão a essa terra, às tradições desta terra feroz e bela. Espero mesmo que esta grande dificuldade não arranhe, mas reforce sua fé e esperança", concluiu Bagnasco.
Da Ansa
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