A Itália é um dos 17 países europeus que discriminam a população cigana, segundo discurso da Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, que será pronunciado hoje durante a 12ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU e que foi antecipado ontem. Pillay discursará amanhã no evento, que vai de hoje até o dia 2 de outubro, e seu texto foi divulgado antecipadamente pela imprensa. "Na Itália existe uma abundante documentação de discriminação e tratamento degradante nos confrontos com a população cigana", diz o texto de Pillay, liberado hoje em Genebra. No último mês, entrou em vigor na Itália a lei de segurança do país que, entre outros pontos, criminaliza a imigração clandestina com a aplicação de multas e detenção de até seis meses. O imigrante ilegal poderá ainda ser expulso imediatamente. Os ciganos, conhecidos como roms, são povos nômades que vivem espalhados pelo mundo, principalmente na Europa -- onde, segundo a alta comissária, o sentimento "anti-rom" permanece "forte". Além da Itália, Pillay mencionará em seu discurso as situações da Hungria, onde já ocorreram ataques fatais contra a minoria étnica; da Eslováquia, onde foram relatados maus-tratos; e da Bulgária. Ao todo, 17 países europeus são citados por discriminação contra os ciganos em diversas áreas, como o acesso à saúde e à habitação. Completam a lista República Tcheca, Finlândia, França, Irlanda, Lituânia, Polônia, Portugal, România, Sérvia, Espanha, Eslovênia, Suécia e Reino Unido. "Estou ciente dos esforços em boa fé para confrontar o problema, mas deve ser feito mais para por fim a essa discriminação", diz o texto.
Da Ansa
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